Intitulada #SPFWTRANS, a 42ª edição da semana de moda de São Paulo mostra que está se propondo a questionar e combater velhos padrões e a tornar o evento mais inclusivo – e é isto que as grifes têm feito.
Oito marcas convidaram a modelo transgênero Valentina Sampaio para seus desfiles, e a LAB, dos rappers Emicida e Evandro Fióti, que desfilou nesta segunda-feira, levantou a bandeira da diversidade, trazendo à passarela modelos em sua maioria negros e, pela primeira vez na História da São Paulo Fashion Week, modelos gordos.
Modelos plus size
Os modelos plus size Bia Gremion e Akeen Kimbo estavam no casting da grife estreante no SPFW e comemoraram a iniciativa.
“Nunca tivemos a inclusão do plus size no mundo fashion convencional, então acho que isso vai ser bem legal para agregar na nossa carreira e mostrar para o mundo que a gente existe. As pessoas acima do [tamanho] 56 estão aí e elas precisam de moda para elas também”, celebra Kimbo.
Inclusão na moda
Além disso, Bia acredita que a participação deles na SPFW é uma forma de mostrar que a moda é para todos. “Moda é uma coisa inclusiva, deveria ser para todas se expressarem e é bem legal esta proposta de a gente estar inserido em uma semana de moda tão importante”, defende a modelo, que já participava de eventos plus size há um ano.
Bia conta que começou a trabalhar como modelo plus size por acaso e isso fez com que ela mudasse o seu pensamento sobre o próprio corpo. “Eu nunca pensei que eu fosse ser exaltada por ser gorda porque eu achava que ser gorda era uma coisa ruim e no meio plus size é uma coisa positiva, você ganha destaque por ser gorda, é algo para você”, revela.
Para a modelo, que usa tamanho 60 e pesa 140 kg, incluir gordos em desfile de moda é um marco. “A gente ocupar este espaço é importante para que, nas próximas edições, mais pessoas gordas sejam inseridas no meio. É uma conquista para todas as pessoas gordas e para o meio plus size”, afirma sobre a importância de romper barreiras.