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Bastante engajada na luta contra o machismo, Pocah falou recentemente com detalhes sobre a época em que sofria violência física por parte de um ex-marido. Segundo a cantora, o relacionamento, que começou enquanto ela ainda era adolescente, foi marcado por diversos tipos de agressão – e, ao relatar o que aconteceu quando tentou denunciar, Pocah mostrou a realidade de muitas mulheres perante o descaso da polícia.
Pocah faz relato doloroso sobre violência doméstica
Muito aberta sobre a própria experiência com um relacionamento violento, Pocah voltou a comentar o assunto nos últimos dias – e o fez em detalhe. Ao podcast “Vaca Cast”, apresentado por Evelyn Regly, a cantora comentou que, apesar de ser muito criticada por supostamente não ter denunciado o agressor, ela tentou, mas o que recebeu em troca não foi acolhimento.
Conforme relatou a cantora, o relacionamento, que durou entre seus 16 e 21 anos de idade, foi marcado por violência do início ao fim. “Passei por toda a humilhação que você pode imaginar: fui traída, roubada, agredida, cuspiram na minha cara, me arrastaram pelo cabelo igual a uma mulher das cavernas”, afirmou Pocah, que vê a época como a “maior e pior” experiência de sua vida.
Segundo Pocah, nas muitas vezes em que falou sobre o assunto sempre foi questionada sobre “não ter denunciado” – e, no podcast, ela rebateu isso. “Quando eu fiz uma denúncia, eu, em meu nome, liguei, chegaram na porta da casa em que eu morava e só falaram com ele. Eu fiquei trancada dentro de casa. Perguntaram onde eu estava, ele falou que eu estava lá dentro”, disse ela, que escutou a conversa entre o então marido e os policiais devido ao silêncio da região na madrugada.
Na época, segundo a cantora, seu agressor chegou a dizer que aquilo era apenas uma “briga de marido e mulher” e, conforme a polícia foi embora sem falar com Pocah, ela viveu a pior agressão em todo o relacionamento. “Falei: ‘Hoje ele me mata, tenho certeza’. Foram embora, ele chegou e acabou comigo, achei que ia morrer naquele dia de tanta porrada que tomei”, afirmou, frisando que não tentou fazer outra denúncia devido à decepção.
“Tomei trauma! Vou contar com quem? Com Deus, só. Eu desacreditei totalmente. Eu tentei”, disse a funkeira, que, apesar de toda a dor, procura tirar ensinamentos da situação. “Não consigo esquecer, praticamente todos os dias tenho que lidar com isso. Não é mais uma ferida, é uma cicatriz que está ali – toda vez que eu olho, tenho que dar de cara. […] Senti que tenho uma missão de falar com mulheres, diretamente. Tenho que fazer não ter sido em vão tudo o que eu passei, repassar o que eu aprendi, o que me deixou forte”, concluiu.
Assista ao programa na íntegra:
