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Entre os atores que fazem parte do elenco da série “ O Clube das Babás”, produção recém-lançada pela Netflix, uma das artistas que se destaca é a pequena Kai Shappley. E para quem não conhece a menina de 9 anos, a participação na série da Netflix é a realização de um sonho de Kai, que ainda criança precisa lidar com o preconceito e a aceitação por ser uma menina transgênero.
Atriz trans de 9 anos em série da Netflix
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Escalada para viver uma menina transgênero em “O Clube das Babás”, Kai falou, recentemente, sobre a oportunidade de ser atriz e desempenhar um papel que tem tudo a ver com a sua história. “Isso me fez sentir bem, especial”, disse a menina à FOX.
Em “O Clube das Babás”, a personagem de Kai é defendida por sua babá, Mary Anne (Malia Baker), contra um médico que não aceita reconhecer a identidade de gênero da menina.
Esta, por sinal, é quase a história de vida de Kai e sua mãe, Kimberly Shappley.
Conheça Kai Shappley
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Em depoimento ao site “Good House Keeping”, Kimberly contou como foi o processo para ela e a família se depararem com a transexualidade da filha.
Kimberly conta que, desde pequena, Kai deu preferência a brinquedos, roupas e tudo o que é voltado para o universo feminino. Ela também gostava muito mais de brincar com as meninas do que com meninos. “Ela dizia que os garotos eram ‘grosseiros’”, diz a mãe.
Por conta do comportamento da filha, na época com 2 anos, alguns familiares questionavam se ela era um menino gay, porém sempre em tons acusatórios. Kimberly lembra que toda a situação era muito confusa para ela, que cresceu em um ambiente cristão e não estava inserida na pauta LGBTQ.
Foi então que uma amiga falou, diferente de todos ao seu redor, que Kai poderia ser trans. “Quando Kai tinha uns 3 anos e meio eu já não podia mais ignorar isso. Ela falava que era uma menina pelo menos umas seis vezes ao dia”, disse Kimberly.
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Kimberly passou a consultar especialistas, como psiquiatras, além de entrar em grupos voltados para a comunidade LGBTQ para acompanhar as duas no processo de transição de gênero de Kai – que começou quando a menina tinha 4 anos.
Desde então, Kimberly luta ao lado e pela aceitação da filha e da comunidade. Um caso em que ela precisou agir, por exemplo, aconteceu quando Kai foi impedida de usar o banheiro de meninas na escola em que estudava, em Pearland, no Texas.
“Apesar de vários pedidos para fazer o contrário, a escola continuava usando o nome de nascimento (Joseph) e não a deixava usar o banheiro apropriado. Minha filha, que ama a escola e quer ser astrofísica quando crescer, voltava para casa chorando.”
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Posteriormente, Kai e a família se mudaram para Austin, no Texas. Mas a mudança de cidade não impediu que a mãe da menina deixasse de comparecer em audiências em sua antiga cidade para protestar pelo direito de pessoas transgênero usarem o banheiro de acordo com o gênero com que se identificam.
“Essa luta é cansativa – às vezes é desmoralizante -, mas também é um grande negócio. Este é o futuro da minha filha (…) Quero saber que, se eu pedir um bolo para minha filha, não serei negada porque é contra a religião da pessoa. Quero que Kai esteja segura entrando nos banheiros.“