Tentar ser amigos ou apagar todos os contatos: código de etiqueta para términos

Términos nunca são fáceis, mas também não precisam ser algo terrível. É possível, sim, chegar ao fim de um relacionamento e manter um contato respeitoso – e até mesmo amigável – com o(a) ex.

Tudo vai depender, entretanto, das consequências que levaram ao fim do relacionamento, se houve ou não infidelidades ou brigas, se ambos os lados foram sinceros e compartilharam os sentimentos até o último momento, etc.

“Esse código de conduta após o término depende de casal para casal. Alguns são capazes de estabelecer uma relação de diálogo saudável, enquanto outros só se falam na Justiça entre muitas brigas”, conta a psicóloga e terapeuta de casais Carla Cecarello.

Para não tornar o fim de uma relação traumático, a especialista listou algumas dicas que podem ajudar a transformar esse processo em uma experiência de crescimento pessoal.

É possível ser amigo de ex

Foram meses ou mesmo anos juntos. É natural que o casal tenha se tornado melhor amigo e que cortar todo tipo de contato da noite para o dia seja algo muito difícil de se fazer.  

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Fim de relacionamento não está, necessariamente, atrelado com a exclusão da ex-parceria da sua vida, mesmo porque é possível que vocês compartilhem de amigos e lugares de lazer.

“Se os casais que romperam puderem ser amigos, eu acho que é uma boa. Uma amizade pode garantir que um ajude o outro. O que não deu certo é o casal morando juntos, mas separados é possível que se deem bem”, afirma Cecarello.

Nos casos envolvendo filhos, a comunicação é essencial. Ainda que haja mágoas entre o ex-casal, é preciso entender que os dois são pais e que precisam compartilhar e estar a par da vida da criança, caso contrário ela também será prejudicada.

Apagar ou não as fotos de redes sociais?

A especialista reforça que vai depender de cada situação e do casal. Se o término foi pacífico e as fotos não trazem sentimentos ou memórias que possam desencadear mágoas ou mesmo arrependimentos, não há porque apagá-las. Lembre-se sempre que qualquer experiência passada ajudou a construir a pessoa que você é hoje, e não há por que negar isso.

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“Se é uma relação ruim, melhor pagar. Mas se é uma relação boa, não tem por quê. Às vezes, quando se arrumam novos parceiros, eles não gostam porque ficam enciumados. Nesses casos, é preciso ponderar o que deve ser feito para também não desagradar ou criar inseguranças nos novos parceiros”, diz Cecarello.

Pare de forçar uma relação

Caso uma das partes ainda esteja emocionalmente envolvida, é melhor evitar contato para não causar sofrimento desnecessário. Se o desejo de colocar um ponto final à relação tenha partido de somente um dos lados, é necessário que essa pessoa entenda que o outro queira um tempo sozinho e distante para se adaptar à nova situação.

Muitas vezes, na ânsia de ter um término amigável, os casais acabam piorando emocionalmente a situação. Por isso, não tente forçar encontros ou se fazer presente nos momentos em que o outro esteja se divertindo sem você. Términos também envolvem responsabilidade com os sentimentos alheios.

Não dê crises de ciúmes

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A partir do momento em que o casal resolveu se separar, ninguém deve dar ou exigir explicações sobre a vida da outra pessoa. “A partir do momento que separou, acabou”, enfatiza a psicóloga.

Por isso, nada de arrumar briga, caso encontre o(a) ex com outra companhia. O vínculo já não existe e é natural que os indivíduos sigam em frente e procurem se relacionar com novas pessoas. “Não adianta criar confusão com o novo relacionamento do seu ex, porque não vai se levar a nada”, completa a especialista.

Entretanto, sempre que filhos forem envolvidos, as regras mudam. É importante que mãe/pai saiba com quem os filhos se relacionam e como podem afetar suas vidas. Por isso, nesses casos, é preciso comunicar, sim, ao ex-companheiro(a) sobre um novo relacionamento. 

Não é necessário cortar vínculos 

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Quando assumimos um compromisso com alguém, automaticamente ganhamos novos amigos e familiares. De acordo com a terapeuta, não precisa cortar o contato com esses indivíduos, desde que você tenha consciência de que não poderá usá-los como “espiões” para investigar a vida do(a) ex. Isso não seria justo nem com eles ou com você mesmo.

Redescubra sua independência

É importante passar pelo luto do término para que se possa acabar de vez com essa relação. Quanto tempo vai demorar, vai variar de pessoa para pessoa.

“Precisamos de uma companhia, mas não podemos achar que após o término ficou faltando um pedaço em nós. É necessário sermos maduros o suficiente para nos sentirmos completos sozinhos”, explica Cecarello.

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