Toquinho: a timidez em pessoa > A timidez em pessoa

Ele dispensa apresentações: são três décadas de sucesso com um banquinho e um violão, voz aveludada, letras precisas e férteis parcerias com os maiores ícones da MPB. Estamos falando do cantor e compositor Toquinho que encontrou uma brecha em sua tumultuada agenda para responder às perguntas que enviamos por e-mail.

Amante do violão e das letras, o compositor lembrou da parceria com o poetinha Vinícius de Moraes. A dupla começou em 1969 e rendeu vários discos, cerca de 120 músicas e numerosas turnês. “Foi uma conjunção de amizade, carinho e trabalho, em função do amor pela música. Vivíamos uma alegria constante, valorizando o artesanato do prazer de compor pelo sabor de um cotidiano pleno de outros sabores vitais: comer bem, beber o suficiente, amar livremente, curtir amigos, lugares e viagens. Enfim, viver intensamente”, revela Toquinho.

Prestes a completar 55 anos, o compositor esbanja vitalidade. A arritmia cardíaca que o assustou em fevereiro deste ano já faz parte do passado. Atento, o músico leva uma vida saudável: “procuro me alimentar muito bem, fazer alguns exercícios, sem exageros, dormir o bastante que o corpo exige e sorrir o máximo possível”, revela. A origem de tanta paz de espírito e energia, garante ele, é a fé. “Deus estará sempre no meu entusiasmo pela vida, em tudo o que faço.”

Longe dos palcos, sai o artista Toquinho dando lugar ao tímido Antonio Pecci Filho, pai de Pedro, 16 anos, e Jade, 8. Um paulistano que curte um futebolzinho com os amigos, uma sinuca ou cozinhar alguns quitutes da culinária italiana. O simpático apelido surgiu na infância quando a mãe carinhosamente o chamava de “meu toquinho de gente”. Não é que o “toquinho de gente” cresceu? Cresceu e pintou sua Aquarela pelos quatro cantos do país.