Apesar das inúmeras conquistas sociais e no mercado de trabalho e da popularização de diversos movimentos contra a desigualdade de gênero, a mulher ainda tem muito com o que se preocupar. Recentemente, uma pesquisa da Ipsos ouviu mais de 20 mil pessoas em 27 países, incluindo o Brasil, e revelou quais são as maiores preocupações das mulheres ao redor do mundo. Veja:
Dados de violência contra a mulher
Os entrevistados foram questionados sobre as três maiores preocupações da mulher atualmente na sociedade e as respostas levaram a dados alarmantes. A nível mundial, o assédio sexual liderou o ranking como o maior problema em 32% das respostas, seguido pela violência sexual (28%) e pela violência física (21%).
Já no Brasil, as respostas foram as mesmas, mas em escalas diferentes: a violência sexual é o maior obstáculo ainda enfrentado pelas mulheres com quase metade dos resultados, 47%. Como segundo maior problema foi eleito o assédio sexual (38%) e como terceiro a violência física (28%).
“Dados da nossa pesquisa apontam para uma sensação de impunidade por parte das mulheres, o que intensifica o medo – 61% das mulheres acredita que os relatos de assédio sexual são ignorados. Campanhas e manifestações crescentes na internet e na mídia, como #metoo, também tem contribuído para que o tema ganhe visibilidade.”, diz Narayana Andraus, gerente da Ipsos.
Violência doméstica no Brasil
O abuso doméstico também aparece enfaticamente no ranking brasileiro, ocupando a quarta posição entre as maiores preocupações das mulheres, seguido pela sexualização da mulher na mídia e pela desigualdade salarial entre gêneros.
As entrevistadas brasileiras acham que 59% das mulheres no país já foram vítimas de violência física ou sexual por um companheiro ou ex-companheiro. Já os entrevistados do sexo masculino acreditam que esse número é de 50%.
Entretanto, dados oficiais apontam que a taxa de mulheres que já sofreram estes tipos de agressão no Brasil é de 31%. Narayana acredita que esta discrepância entre os números pode estar relacionada aos casos de violência que não são denunciados.
“Há uma superestimativa desse dado. Por um lado, existe a extrema preocupação com o tema, o que contribui com uma percepção mais negativa. Mas por outro, sabemos que nem sempre os casos são denunciados, o que pode levar também a um número oficial abaixo da realidade”, afirma.
Violência contra a mulher
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