Mulheres trabalham 7,5 horas a mais por semana e ganham menos que os homens

Uma pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e divulgada às vésperas do Dia da Mulher mostrou que a desigualdade de gêneros no mercado de trabalho ainda é uma realidade no Brasil.

Os dados são do estudo “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, feito com base em séries históricas de 1995 a 2015, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Mulheres x homens no mercado de trabalho

Jornada semanal

De acordo com os números apresentados, em 2015, a jornada média de trabalho das mulheres era de 53,6 horas por semana e a dos homens, de 46,1 horas. Ou seja, as mulheres trabalham cerca de 7,5 horas a mais por semana do que os homens, incluindo o trabalho não remunerado, como as tarefas domésticas.

Atividades domésticas

Entre as mulheres entrevistadas, 90% diz realizar atividades domésticas. Já entre os homens, esse número ficou em apenas 50%, o que mostra que a responsabilização feminina pelo trabalho doméstico segue o padrão predominante na sociedade brasileira.

Ou seja, ter um trabalho remunerado não afeta a responsabilidade das mulheres com as atividades domésticas. Ainda cabe a elas tomar conta da casa, o que muitas vezes acaba impedindo a entrada e a permanência no mercado de trabalho. Outro dado importante é em relação às mulheres que são chefes de família: 40% (sendo que em 34% há presença masculina). Esta é uma tendência ao longo dos anos e vem crescendo cada vez mais.

Carreira profissional

As barreiras para as mulheres entrarem no mercado de trabalho também se mostram presentes, apesar dos avanços das décadas passadas. Os últimos 20 anos parecem indicar que as brasileiras atingiram um “teto” de participação difícil de ser ultrapassado. Entre 1995 e 2015, a taxa de participação feminina pouco oscilou em torno dos 54-55%, não tendo jamais chegado a 60%.

As desvantagens das mulheres são evidentes especialmente em cargos hierárquicos mais altos, que são ocupados basicamente por homens brancos. Apenas 5% é chefe.

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Educação

No entanto, mesmo ainda estando em posição ainda inferior à dos homens no mercado, as mulheres hoje estão em vantagem quando o assunto é educação e escolaridade.

Mas, de acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), s erá necessário quase cem anos para que as oportunidades sejam iguais.

Renda 

A renda das mulheres continua bastante inferior à dos homens. E a proporção de pessoas sem renda é maior entre o sexo feminino.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, as mulheres ganham 23% menos que os homens, mesmo quando trabalham mais.

Na ordem do maior para o menor rendimento, seria: homens brancos, mulheres brancas, homens negros, mulheres negras. 

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