Diante de tamanha correria nas vésperas da minha viagem para a Casa Cor de Estocolmo, pensei que o nosso assunto desta semana poderia ser mais reflexivo.
Tem um momento da nossa carreira em que já acumulamos uma bagagem razoável e nos sentimos maduras para dar novos passos. Hoje compreendo que a minha decisão de fazer projetos internacionais foi muito mais uma combinação de ousadia, com muito atrevimento e muito suor também, lógico.
Uma vez lançada a esta experiência, percebemos que não há nada de muito difícil. Nós, brasileiros, já “sambamos” bastante no nosso dia-a-dia e, sem percebermos, adquirimos um know-how
Lembro o quanto relutei na primeira experiência de trabalho internacional – era um projeto de interiores de um “Townhouse”, em Nova York. O desconhecido dá sempre um medinho. Eu achava toda aquela logística complicada, quase inviável, imagina?! Aliado a isso vem o amadurecimento profissional. Na época eu me estruturei de forma a me sentir confortável, estabeleci um bem detalhado escopo do meu trabalho e logo parti rumo a um novo momento – o mundo globalizado.
Uma vez lançada a esta experiência, percebemos que não há nada de muito difícil. Nós, brasileiros, já “sambamos” bastante no nosso dia-a-dia e, sem percebermos, adquirimos um know-how. Quando trabalhamos fora daqui fica tudo mais fácil. Nos Estados Unidos e na Europa, toda e qualquer informação que se precise está facilmente acessível, o que ajuda muito a trabalhar num ambiente desconhecido. Assim você deve contar apenas com a sua experiência, sensibilidade para compreender o estrangeiro e muito profissionalismo.
Amanhã vou para Estocolmo, Suécia, terminar a montagem do meu ambiente na Casa Cor, o “Brazilian Reading Room”. É a primeiro evento nestes moldes na Escandinávia. O time será de 35 arquitetos, e o evento acontecera num prédio Art Nouveau, de 1910, lindo. A princesa Madeleine, filha da rainha Silvia que é brasileira, abrirá o evento.
Será mais um passo interessante na minha historia profissional!
Abaixo estão algumas informações para vocês acompanharem de perto.
Um grande beijo!
A tropicalidade do Brasil na Europa
Patrícia Martinez projeta “Brazilian Reading Room” na primeira edição da Casa Cor Suécia
Imagine uma casa na qual mora um casal e, junto com eles, vivem, no andar de baixo, a ex-mulher do proprietário com os filhos e o pai dela. Parece, no mínimo, estranho. Mas, essa é a temática da Casa Cor Suécia, que terá início no dia 31 de agosto, em Estocolmo.
Em sua primeira edição na Europa, a Mostra contará com a participação da arquiteta brasileira Patrícia Martinez, que apresentará ao público europeu um pouco do estilo e do tempero brasileiros com o “Brazilian Reading Room”, um ambiente feminino e aconchegante de 20m².
O charme da edição já começa com a construção art-noveau datada de 1910 e ganha ainda mais personalidade com o toque de brasilidade do evento. Ficará sob a responsabilidade de Patrícia Martinez, representante do país no evento, um espaço privado de descanso em que a dona da casa, brasileira, identifica-se com o ambiente que tem as características de sua terra natal. Localizado ao lado da suíte-master, o “Brazilian Reading Room” será claro, com predominância de tons neutros – cru, branco e bege – e toques de madeira rústica, sedas, linhos e fibras, para humanizar e proporcionar um clima aconchegante para o ambiente íntimo. Segundo Patricia: “A linguagem é contemporânea, leve e clean, e a brasilidade vem a dar um spicy touch no contexto”.
Assim como Patricia faz com seus projetos fora do país, grande parte dos fornecedores será composta por parceiros brasileiros, dentre os quais Empório Beraldin, Tora Brasil, Em2design, Casa Mineira, AgaveeBrasil, Ana Nitzan, Galeria Horizonte, Interni e Corporação Ofício. Destacam-se ainda algumas peças assinadas por designers brasileiros, como a Chaise Hamaca (Em2design) com estrutura em madeira e trama artesanal de couro e a mesa de centro em madeira rústica da Tora Brasil. Com essa exportação de serviços, a arquiteta tem o objetivo de apresentar à Europa grandes marcas nacionais e os diferenciais do design brasileiro.
A aplicação de materiais naturais e de fibras, que cria uma atmosfera rústica ao ambiente, aliada ao som envolvente da Bossa Nova e ao leve aroma de caipirinha – proporcionado pelo delicioso Home Spray da Jo de Mer – mostra o desenho delicado que a brasilidade pode promover no espaço, que leva à Suécia um pouco da tropicalidade e do aconchego que o país oferece.





