Romantismo dark

Para falar sobre este tema, acho que vale, antes de tudo, pesquisar o significado da palavra “tendência”. Alguns termos caem no gosto das pessoas e começam a ser usados com uma certa banalidade, perdendo, assim, seu verdadeiro sentido. Consultar o dicionário Houaiss me mostrou que isso pode ser o início de muitas reflexões. Então vamos lá: tendência s.f 1. aquilo que leva alguém a seguir um determinado caminho ou a agir de certa forma; predisposição; propensão 2. disposição natural; inclinação, vocação 3. orientação comum de uma categoria determinada de pessoas, movimento 4. evolução de algo num determinado sentido; direção, orientação 5. força ou ação pela qual um corpo é levado a mover-se num determinado sentido.

Agora fica mais fácil não confundir tendência com modismo. Tendência vem antes, é vanguarda. Sendo assim, o que vem depois e se torna moda é na verdade resultado de uma tendência.

Os tons são mais sóbrios e neutros, desde os crus até os marrons, tonalidades que se aproximam dos naturais e são mais a “cara” do Brasil

As tendências podem ser provocadas por inúmeros fatores – práticos, técnicos, culturais e comportamentais – e hoje já existem empresas especializadas em pesquisar tudo isso. Há também estudos de metodologias utilizadas para a construção de tendências.

E é com base em ferramentas específicas de análise e criação de cenários, a partir do conhecimento e estudo dos fatores que impulsionam as tendências das atividades relacionadas à minha profissão – arquitetura, artes, design, interiores – que me inspirei para o artigo de hoje. Para lembrar, entre os principais fatores estão: o ambiente sócio-cultural, a economia, o mercado, o consumo, os avanços tecnológicos.

Aplicações do romantismo dark para o próximo ano: Em 2007, os tecidos para tapeçaria retornarão aos clássicos, com leitura contemporânea, em função de um certo romantismo que vem sendo resgatado. Esta tendência está retratada nos florais e nas listras. Isso já vinha sendo sinalizado na Feira de Milão há cerca de cinco anos.

Mas toda releitura traz algo novo em relação ao que já existiu. Neste caso, por exemplo, a releitura do clássico elimina alguns elementos deixando o fundo liso e chapado. Os tons são mais sóbrios e neutros, desde os crus até os marrons, tonalidades que se aproximam dos naturais e são mais a “cara” do Brasil. Já as cores azul e verde entram com força, misturando-se a esses tons e resgatando combinações usadas há 20 anos.