6 mães famosas que viveram traumas na amamentação: sangramento, leite seco, dor

Nem todos os momentos da amamentação são lindos, plenos e sem dores. Apesar de vivermos em uma sociedade que prega a ideia fantasiosa de que dar de mamar ao bebê é uma coisa natural e, por isso, sem sofrimentos, muitas mães passam por diversos problemas neste processo e se sentem culpadas e cobradas por não conseguirem alimentar seus filhos com o leite materno.

Se você está passando por isso, neste momento, saiba que não está sozinha. Trazemos 6 relatos emocionantes de mães – famosas – que compartilharam os sentimentos e as inseguranças sobre o tema. Afinal, nestas horas, receitas caseiras para cicatrizar o seio machucado, mamadeira, suplementos, além do suporte psicológico, entram em cena com um único objetivo: conseguir promover o aleitamento de maneira saudável.

Mas, o que fazer em cada caso? Reunimos orientações dadas por médicos e especialistas sobre situações como mastite, interferência de prótese de silicone ou de redução das mamas na produção do leite, machucados e mordidas do bebê no mamilo ou quando o leite seca. É fundamental, entretanto, que você mesma se informe, busque ajuda de profissionais de saúde ou de instituições como bancos de leite, maternidades e hospitais para que entenda quais são os motivos das suas dores e como superá-las.

Relatos de problemas na amamentação 

Depoimentos de famosas 

Adele 

Getty Images

A cantora britânica defendeu todas as mulheres que não conseguem amamentar, já que ela mesma passou por isso. Durante um show, ela revelou aos fãs que o leite para amamentar seu filho secou e ela “lutou com os seios por cerca de nove semanas, mas eles não aguentaram mais”.

“A pressão em cima de nós é absolutamente ridícula. E aquelas pessoas que reforçam essa pressão podem se f****, ok? Porque é difícil. Algumas de nós não conseguem amamentar. Eu lutei com meus seios por cerca de nove semanas, mas eles não aguentaram mais. Tudo o que eu queria era amamentar e, quando não consegui, me senti como se estivesse vivendo no meio da selva, como se meu filho fosse morrer porque meu leite secou”.

Fernanda Gentil 

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A apresentadora da TV Globo Fernanda Gentil fez um depoimento emocionante sobre a dificuldade de amamentar seu primeiro filho, Gabriel, pois seu leite também secou.

Leia um trecho:

“Eu achei que amamentar fosse tão automático quanto ser mãe: se quando nasce um filho, nasce uma mãe, então essa mãe vai amamentar. Não necessariamente. Não se tiver mamilos invertidos, prótese, redução de mama, se sentir muita dor, o leite não descer ou se secar – e o meu secou.
Para uma mãe que sempre sonhou em viver o momento mágico-de-filme do filho mamando no peito, do olho no olho, da mãozinha segurando o nosso dedo, a notícia da mamadeira cai como uma bomba. (…) O meu sofrimento durou até eu dar a primeira mamadeira. Foi quando descobri duas coisas: eles também olham no nosso olho e a mãozinha também segura o nosso dedo quando mamam na ‘dedêra’.”

O que fazer? 

De acordo com a ginecologista e obstetra Maria Elisa Noriler, consultada pelo Bolsa de Mulher, apenas uma situação faz com que o leite seque totalmente: se a mulher fez cirurgia de redução de mamas, pois no procedimento há corte de alguns dutos mamários.

Em outros casos, segundo a médica, o que ocorre é uma diminuição da produção do leite materno.

“Quando a pega mamária não é bem orientada, o bebê suga apenas o mamilo e aí a saída de leite é pequena, mas algumas mães ficam muito estressadas com essa situação e logo introduzem a mamadeira. E quanto menor o tempo de sucção pelo bebê, menor a produção do leite”. Portanto, quanto mais o bebê mamar, mais será estimulada a produção.

Se você se sentir insegura pelo fato de o leite não descer nos primeiros dias de amamentação, procure orientação médica a respeito de técnicas para estimular a produção de leite e se serão necessários complementos para o bebê.

Adriana Sant’Anna 

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A ex-BBB Adriana Sant’Anna contou ao Bolsa de Mulher que a dor que sentiu ao amamentar seu primeiro filho, Rodrigo, quase a fez desistir da prática. Ela relatou que, em um certo, momento viu sair sangue na boca do bebê junto com o leite.
Além disso, a famosa passou pela dor de ver o mamilo machucado e, por isso, buscou alternativas, como a mamadeira e o armazenamento do leite, além do suporte de enfermeiras que a ajudaram a acertar a pega do bebê.

“Era uma dor horrível, insuportável, eu chorava o dia inteiro. Quando o Rodrigo-pai vinha me trazer o Rodrigo-filho, eu tremia, ficava tensa. Eu chorava o dia inteiro, sentia muita dor e aí precisei dar uma mamadeira de complemento por dia por duas semanas”.

O que fazer? 

Para acelerar a cicatrização, Adriana tomou sol sobre o mamilo e usou pomadas analgésicas e lanolina.

Vale lembrar que o uso de cremes na região não é indicado pelos médicos, pois podem afinar ainda mais a pele da aréola e provocar novas rachaduras.

A orientação é usar o próprio leite como cicatrizante natural e buscar ajuda em hospitais, maternidades, postos de saúde e bancos de leite que podem fornecer o serviço para ajustar a pega da boca do bebê ao bico do peito.

O que não fazer? 

Se os seios apresentarem fissuras e rachaduras, não é indicado passar pomadas ou receitas caseiras para tentar cicatrizar a região. Truques do tempo da vovó, acredite, podem prejudicar ainda mais a cicatrização.

Jaque Khury 

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Uma das dúvidas de muitas mães é se a redução das mamas pode atrapalhar a amamentação. Este foi o caso da ex-BBB Jaque Khury que, no início, ainda conseguiu amamentar o filho Gael, mas depois viu a produção de leite diminuir por conta do procedimento cirúrgico que havia feito nos seios. Leia um trecho:

“Quem já operou o peito fique atenta se o leite está sendo suficiente. Em alguns casos, nem leite tem. Eu até saí no lucro, porque redução geralmente não produz leite… e eu consegui um pouquinho. O que importa é que meu filho tá bem, tem 60 cm e 5 kg com 45 dias! Um bebezão. Então, se você está na mesma situação, aceita que dói menos e bora ser feliz na mamadeira”.

O que fazer? 

Busque apoio em grupos de amamentação, bancos de leite materno e suporte psicológico. De fato, a cirurgia plástica de redução dos seios pode atrapalhar a produção de leite, mas há alternativas para lidar com a situação.

“Apesar de existir a chance de alguns dutos terem sido cortados durante a cirurgia, ao longo do tempo muitos desses dutos voltam a ‘crescer’ e isso pode acontecer em um ritmo acelerado sob a influência dos hormônios de uma gravidez e, de modo geral, em cerca de cinco anos eles voltam a ter sua funcionalidade praticamente intacta. Ou seja: a grande maioria das mães que passou por essa cirurgia consegue produzir leite materno suficiente”, explicam Ana Basaglia e Fabíola Cassab, fundadoras do Matrice, grupo de apoio à amamentação, ao Bolsa de Mulher.

Deborah Secco 

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A atriz Deborah Secco contou à revista Quem que não pode amamentar a filha, Maria Flor, por conta de uma prótese de silicone que colocou nos seios há 17 anos.

O silicone, possivelmente, atrapalhou a pega da bebê na hora de mamar e, por isso, Deborah teve mastite. A mastite é inflamação da glândula mamária causada pela entrada de leite nos vasos sanguíneos dos seios.

O apoio dos familiares neste momento é fundamental, para que a mulher se sinta segura com as condições e adaptações por conta dessa situação – apesar de muitos médicos acreditarem que é possível evita-la, com alguns cuidados na colocação da prótese.

“Foi muito difícil porque eu tinha vários planos e expectativas, mas meu marido, minha família e meu obstetra ficam fazendo o ‘jogo do contente’: ‘Isto é bom. Agora você pode treinar, não precisa se preocupar com a dieta. Pensa pelo lado bom’. Mas vou continuar sempre triste neste ponto. Eu vou mexer na prótese para tentar dar de mamar para o meu próximo filho”.

O que fazer? 

A maioria dos médicos afirma que a prótese de silicone não atrapalha a produção de leite materno. Entretanto, o risco de complicações pode ser de 1% a 3%, o que comprometeria os planos de amamentação.

Por isso, os cuidados devem ser tomados no momento pré-operatório, quando se avalia o tamanho da prótese. “Colocar um volume muito exagerado pode causar uma pequena atrofia no tecido mamário”, explica o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco em entrevista ao Bolsa de Mulher.

Fernanda Machado 

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A atriz Fernanda Machado enfrentou duas dificuldades durante a amamentação do seu primeiro filho, Lucca. Uma delas foi o crescimento dos dentes do bebê, que dava mordidinhas enquanto mamava.

“As mordidinhas são com certeza mais um dos desafios da amamentação, mas eu não acho que a chegada dos dentes seja motivo para o desmame. Mas concordo que ensinar um bebê de 7, 8 meses, que não pode morder, não é tão fácil quanto parece”.

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Fernanda também passou pela chamada crise dos três meses da amamentação. Um dos problemas dessa fase é que a mamada que antes durava entre 15 e 20 minutos passa a acontecer entre 3 e 7 minutos – e isso faz com que muitas mães acreditem que o bebê não está sendo bem nutrido.

O que fazer?

Por meio de pesquisas com outras mães e grupos de apoio, a própria atriz traçou algumas possibilidades para lidar com as mordidas no bico do peito. Ela colocou em prática um método de “comunicação” do bebê para evitar que ele machucasse durante a mamada.

“Quando a mordida acontecer, me orientaram a pressionar a cabeça do bebê contra o peito até ele soltar o bico. E tentar evitar grandes reações, como um grito de dor, pois isso pode assustar alguns bebês que com medo dessa reação podem se recusar a mamar, ou então eles podem achar que isso é um jogo divertido, como o Lucca que toda vez que eu gritava de dor, ele gargalhava e queria me morder de novo pra ver minha reação.

Após a mordida, a orientação é parar a mamada, fechar o sutiã e explicar que não pode morder, pois machuca a mamãe. Tentar fazer o bebê entender que se ele morder não terá mais o mamá naquele momento.”

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