750 mamadeiras e 1.200 fraldas no mês: como estão quíntuplos que comoveram o país

Imagine uma rotina voltada integralmente aos cuidados de cinco bebês que choram, mamam, sujam a fralda e precisam de carinho e atenção constante para o pleno desenvolvimento? É assim que Karina Bárbara Barrera e João Biagi Junior, de Santos, litoral de São Paulo, vivem. Após descobrir a  gestação de  quíntuplos, o casal teve que mudar toda a rotina para cuidar dos filhos, que hoje estão com nove meses e consomem números assustadores de fraldas e leite todos os dias.

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Quíntuplos de Santos

Tratamento para engravidar

A curiosa história da família começou quando Karina, depois de muitas tentativas para engravidar, descobriu que tinha um problema no útero. De acordo com seu esposo, em entrevista exclusiva ao Bolsa de Mulher, a parede interna do órgão era muito fina, quadro que impedia a implantação de óvulos fecundados.

Desejando muito um filho para completar a família, Karina se submeteu ao um tratamento hormonal para reverter a situação. Três meses depois, uma feliz surpresa: o positivo para gravidez.

A notícia, no entanto, ficou ainda mais intensa quando, no primeiro ultrassom, os pais ficaram sabendo que não seriam pais apenas de um bebê, mas sim de três.

Mas, foi na realização do segundo exame que eles foram verdadeiramente surpreendidos, quando o médico, assustado, disse que conseguia identificar cinco fetos. “Foi um susto total, meu, da Karina e do médico. Ele não tinha feito o primeiro exame. Então, quando ficou quieto, já comecei a achar que tinha acontecido o pior. Mas, na verdade, era tudo porque ali tinham mais dois”, conta o pai dos bebês.

Neste momento, João conta que demorou para assimilar a informação e conseguir imaginar como seria a vida do casal a partir daquele momento.

Gravidez

Como é de se imaginar, Karina e João não viveram os meses de gestação tranquilamente. E isto não por conta da saúde da mãe e dos quíntuplos, que estavam ótimos. Mas, sim, porque se depararam com dificuldades para encontrar uma equipe que se disponibilizasse a acompanhar o caso. “O médico que estava fazendo o pré-natal deles em um determinado ponto desistiu porque disse que não se sentia seguro. Então, corremos por muito tempo atrás de outro especialista. Quando achamos um hospital que aceitava a nossa condição, no dia da internação preventiva, eles desistiram. Ficamos, mais uma vez, sem saber o que fazer”, explica.

A saída, como conta o pai, foi procurar o plano de saúde e pedir uma indicação. A empresa então mandou o casal para o Hospital Sepaco, em São Paulo, onde a internação preventiva finalmente foi efetivada. “Nós internamos em março, mas só para ela ficar sob monitoramento constante. Não havia nenhum problema com eles”, comenta.

Para acompanhar integralmente sua esposa, João abriu mão do seu emprego de promotor de vendas. Com o tempo que passaram juntos internados, o casal pesquisava sobre a condição da gestação e, exatamente por isso, o pai conta que estava seguro. “Os médicos sempre nos passaram todos os riscos que envolviam a situação. Mas eu acreditava muito no sucesso porque assim que descobri que eram cinco, comecei a pesquisar bastante para entender o caso”, conta.

Nascimento dos quíntuplos

De acordo com João, a intenção dos médicos era levar a gestação até a 32º semana (8 meses), idade gestacional em que os bebês estariam minimamente maduros para a vida fora do útero. Mas, a previsão mudou quando alguns exames detectaram um problema no transporte de oxigênio para um dos fetos. Com isso, o nascimento foi adiantado. “Os exames começaram a ser feitos na quinta e, no domingo à noite, o médico avisou que a cesárea seria feita na segunda de manhã para evitar que um dos fetos fosse prejudicado”, explica.

No dia 13 de abril de 2015, Arthur, Gabriela, Giulia, Laís, e Melissa nasceram. Saudáveis, os pequenos foram levados para a UTI apenas para que o desenvolvimento cardíaco e pulmonar fosse completado. “Eles não tiveram nenhum problema, só ficaram na UTI para terminar o desenvolvimento e ganhar peso. Como cada um reagiu de um jeito, as altas aconteceram aos poucos”, conta. A cirúrgia foi acompanhanda exclusivamente pelo Fantástico, programa da Tv Globo, e o nascimento demorou três minutos.

Em agosto finalmente todos voltaram para a casa, no litoral de São Paulo.

Cuidados com os bebês: rotina

Mas, embora a gestação tenha requerido cuidados especiais, o que precisa mesmo de atenção é a rotina agitada que a família leva.

Imagine cinco bebês que precisam se alimentar, tomar banho e receber carinho e atenção? Para isso está sendo destinada e vida da Karina e do João. “No hospital é tudo feito de três em três horas e nós tentamos manter essa rotina em casa. Hoje, eles acordam mais ou menos no mesmo horário e aí a gente começa a sequência: troca fralda, dá mamadeira, coloca pra dormir. Depois de 3 horas tudo começa de novo”, explica.

Mas, com o crescimento dos quíntuplos, a rotina vai tendo que ser adaptada. Agora, os pais fazem o último ciclo de cuidado meia-noite. Depois disso, eles só acordam por volta das nove horas da manhã.

Para dar conta de todas as tarefas, João continua sem emprego, Karina está afastada pelo INSS e o casal ainda conta com a ajuda diária da avó materna. O pai descontrai dizendo que, aos finais de semana, toda visita que aparece se responsabiliza alguma função. “Se chega alguém em casa no final de semana, a gente logo coloca para trabalhar. Tem coisa demais pra fazer”, brinca.

Mas, embora possa parecer tudo esquematizado, o pai comenta que há momentos em que a paciência é testada. “Eles são bebês, então, não tem jeito. Tem hora que vira loucura. Os cinco começam chorar ao mesmo tempo. Quando o dia acaba, a gente tá no chão de tanto cansaço”, conta.

Mas, o que mais existe é espaço para o amor e a admiração da evolução dos pequenos. Um dos fatores que mais deixa os pais babando são as peculiaridades de cada bebê. Mesmo gêmeos, João conta que Arthur, Gabriela, Giulia, Laís, e Melissa são completamente diferentes em relação ao comportamento. “Essas diferenças são legais. São crianças do mesmo tamanho, com a mesma idade, mas bem diferentes. O menino é mais tranquilo. Ele mama e dorme. Só chora quando está com fome ou com a fralda suja. Já as meninas variam muito. Uma é mais meiga, outra é bem bravinha e as outras duas mais agitadas. Tem para todos os gostos”, diz.

E mesmo depois de quase um ano, o pai conta que às vezes ainda confunde os pequenos. “No dia a dia a gente bate o olho e já sabe quem é quem. Mas é normal confundir, principalmente se estiver no colo de outra pessoa”, comenta.

Amamentação de quíntuplos

De acordo com o pai, Karina amamentou por 4 meses. Mas, infelizmente, a rotina não permitiu que a mãe continuasse com o oferecimento do leite materno. “Quando o bebê mama no peito, ele não tem tempo exato para terminar. E como precisávamos de horários certos para dormir e acordar, deixamos só com as mamadeiras”, explica.

Hoje, além das fofura, o que chama atenção é a quantidade de leite e fralda que os bebes usam.

Quantidade de leite

Entre papinhas e frutas, por dia, são cinco rodadas de mamadeiras, resultando em 25 por dia e 750 por mês. Nelas, cada um mama cerca de 250 ml, resultando em mais de seis litros por dia e, no fim do mês, em mais de 185 litros.

Quantidade de fraldas

Já as trocadas de fralda acontecem, em média, oito vezes por dia, resultando em 40 unidades por dia e até 1.200 por mês.

Doações para os quíntuplos

A família, desde que descobriu a  g ravidez  dos qu í ntuplos, criou uma página no Facebook para receber doações. “Na época a gente ganhou bastante itens e, por isso, conseguimos estocar até hoje. Por isso, tem coisa que a gente não precisa, mas outras sim”, explica João.

As doações continuam sendo recebidas pela página Os Quíntuplos Chegaram e, para evitar desperdícios, os pais explicam que a melhor forma de contribuir é entrando em contato para verificar quais são as necessidades momentâneas.