Não é novidade que os recém-nascidos amamentados com leite materno têm sistemas imunológicos mais saudáveis e se tornam crianças menos propensas à obesidade do que os bebês que não são alimentados com leite materno. Recentemente, porém, estudos mostram que bebês amamentados com leite materno podem ter telômeros mais longos, o que significa uma longevidade maior.
O que isso significa?
Os pesquisadores descobriram que crianças que foram amamentadas exclusivamente no seio por quatro a seis semanas – pouco mais de um mês em média – tinham telômeros que eram cerca de 5% maiores do que as crianças não amamentadas exclusivamente. Os telômeros são trechos de DNA que revestem as extremidades dos cromossomos e protegem os genes de danos.
Há quem use a metáfora de um cadarço de tênis, em que os telômeros seriam as pontas de plástico no final, que impedem os laços de se desfazerem. Essas estruturas genéticas tendem a encurtar com a maturidade e na idade adulta, normalmente, os telômeros mais curtos estão associados às doenças crônicas como diabetes.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores acompanharam um grupo de crianças desde seu nascimento e, quando mediram os telômeros com a idade de 4-5 anos descobriram que as que consumiram somente leite materno, durante as primeiras quatro, seis semanas de vida tinham telômeros significativamente mais longos do que aquelas que receberam fórmulas, sucos, chás ou água com açúcar. Beber suco de frutas, todos os dias, durante os dois primeiros anos, e muito refrigerante, aos quatro anos, também foi associado a telômeros curtos.
Benefícios do aleitamento materno
Entre as explicações possíveis para a relação entre a amamentação e os telômeros mais longos está a de que o leite materno contém compostos anti-inflamatórios que podem conferir um efeito protetor sobre os telômeros. E também é possível que os pais que amamentem exclusivamente seus bebês sejam mais rigorosos também acerca de sua dieta e estilo de vida mais saudável.
Outro fator que poderia ser condicionante é que a amamentação é um parâmetro de qualidade da relação mãe-filho. Segundo especialistas, quando as crianças estão expostas à adversidade, à negligência ou à violência em uma idade precoce, o estresse psicológico cria um ambiente bioquímico de hormônios elevados de radicais livres, inflamação e estresse que também pode ser prejudicial aos telômeros.
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