O vínculo entre mãe e bebê surge ainda na gestação, enquanto ele se desenvolve, e aumenta a cada dia após o nascimento. Por isso, é natural que aquelas mulheres que decidem voltar ao trabalho depois de terem um filho sofram com a separação e com o distanciamento do filhote.
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Segundo Cynthia Boscovich, psicóloga e psicanalista especialista em atendimento de mães e gestantes, é compreensível e natural que a angustia tome conta da família nesse período. “Com a convivência a mãe é capaz de conhecer suficientemente bem o seu filho a ponto de diferenciar seus diversos choros, movimentos e balbucios e, assim, atender suas necessidades de forma rápida e eficaz. É por isso que na hora de deixar o bebê para trabalhar é normal ficar com medo de que o outro cuidador não dê conta”, fala.
Mas, embora seja difícil confiar que o outro será capaz de desempenhar as tarefas com o filho de forma satisfatória, é preciso escolher um caminho e, além disso, planejar e organizar uma rotina de logística. “Se o bebê for para a escolinha é preciso combinar quem vai buscá-lo. Se for ficar em casa, que horas o cuidador vai chegar. Se ele for para a casa da vó, é preciso deixar tudo o que um bebê precisa lá também, disponível”, exemplifica a especialista.
Para facilitar este planejamento e acalmar o coração das mamães que vão voltar a trabalhar com o filho pequeno, a Cynthia preparou algumas dicas especiais.
Dicas para voltar a trabalhar e deixar o filho em casa
Defina quem vai cuidar do bebê e escolha o melhor local para isso. Se a casa da tia ou da avó tiver estrutura, talvez seja uma boa alternativa. Mas, trazer o cuidador para dentro do cantinho do bebê também pode ser indicado para evitar estranhamentos.
Comece o processo de adaptação antes para acostumar o bebê aos poucos. Se mãe e filho estiveram por meses juntos, é natural que no começo ele estranhe a distância. “Algumas crianças sentem mais essa separação, podendo até mesmo modificar alguns comportamentos. Podem alterar o sono, ter pesadelos, ficar mais inseguras ou irritadiças, chorar com mais facilidade, se recusar a comer, entre outros sintomas”, explica a psicóloga. Por isso é muito importante ir afrouxando esse laço aos poucos. Com antecedência de duas semanas comece a mostrar a nova rotina ao pequeno. Experimente deixá-lo alguns intervalos com os cuidadores ou no berçário.
Uma lista de hábitos pode ajudar a hora do aperto. Horário médio das mamadas, tempo de sono, alimentos permitidos e não permitidos e telefones para situações emergenciais são lembretes importante que devem ser repassados a quem vai cuidar do bebê quando a mãe voltar ao trabalho.
Para Cynthia, o mais importante é fazer com que a mãe sinta-se segura nesta fase. Embora para os pequenos também seja uma mudança, geralmente as mães sofrem mais do que eles.