É bastante comum que depois do parto algumas mulheres sintam uma ausência bastante perceptível de desejo sexual. Longe de ser uma fator para se preocupar, a ausência de libido no pós parto é recorrente e esperada.
O desejo sexual está sujeito a maneira como nossos hormônios estão atuando no nosso corpo e, no caso das mulheres que acabam de se tornar mães, toda essa energia hormonal é voltada às necessidades do bebê.
Queda de libido no pós-parto
De acordo com Débora Pádua, fisioterapeuta uroginecológica, a dificuldade de ter relações no período pós-parto – que pode incluir presença de dor no momento da penetração – pode ser explicada pela queda de concentração dos hormônios que estiveram muito ativos durante a gravidez e que diminui bruscamente no pós-parto, algo que pode gerar algumas alterações no organismo – como a supressão de ciclos menstruais, gerando atrofia/hipotrofia do sistema genitourinário.
Junto a isso, a mulher que está amamentando tem o aumento da prolactina para a produção de leite. Esse hormônio da amamentação inibe o desejo sexual e dificulta a lubrificação, podendo tornar dolorida a penetração.
A cabeça também influencia
O pós parto também é um momento em que a mulher está se reconectando com o seu corpo e esse período de redescoberta envolve uma nova percepção sobre si, aceitar novas medidas e entender o tempo necessário para a readaptação do corpo com esse novo momento.
Todas essas incertezas e mudanças podem gerar inseguranças que impactam na autoestima e na sexualidade da mulheres.
Além disso, a recepção de um bebê gera medos, preocupação e um estado de atenção constante, um combo de sensações que dificilmente dão espaço para se pensar em manter ativa a relação sexual com o parceiro.
Quando a libido volta?
De acordo com a ginecologista e obsetetra Anna Beatriz Herie, com a volta dos ciclos menstruais – cerca de 40 dias após o parto – é possível que a mulher volte a ter mais desejo sexual, uma vez que indica que os hormônios estão voltando a atuar de maneira equilibrada no organismo da mulher.
Mas isso não é regra (da mesma maneira que há mulheres que ainda não voltaram a ciclar, mas sentem vontade de fazer sexo).
O desejo também é influenciado pelos aspectos também psicológicos e sociais, o que pode levar a mulher a demorar mais que a quarentena indicada pelos médicos para voltar a ter relações.
O que fazer?
Para que haja uma recuperação da libido, a profissional recomenda muita comunicação e paciência entre os parceiros, uma vez que muitas forças estão atuando sobre a mãe e sobre sua relação com o bebê.
Ela recomenda, ainda, sempre que possível, criar momentos de intimidade que não necessariamente envolvam sexo.
Uma massagem nos pés, um filme juntos, um jantar surpresa, ficar com o bebê para a mãe dormir ou tomar um banho demorado e se recuperar de noites mal dormidas são coisas que podem trazer o tesão de volta à relação.
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