A gestante deve continuar os cuidados com a alimentação que precisou ter ao longo da gravidez. Além disso, a nutricionista Vanessa Scovino recomenda: “Principalmente nas últimas semanas de gravidez, a mulher deve beber muito líquido – aliás, todos nós devemos, sempre – para se manter hidratada e com todo o metabolismo equilibrado, o que irá ajudar no parto”. Mas atenção: alguns líquidos ficam fora da lista de recomendações nesse período. “A gestante deve evitar a cafeína e refrigerantes, mesmo light. O primeiro estimula o sistema nervoso, dificultando o relaxamento, e o segundo provoca gases e um desconforto enorme”, informa. Abusar dos sucos naturais de fruta é permitido!
Outros itens que devem entrar na “lista negra” da futura mamãe, sobretudo neste período, são adoçantes, açúcar e sal em excesso e os temperos prontos. Segundo Vanessa, no momento do parto, os dois últimos podem provocar elevação da pressão arterial, que pode culminar em eclâmpsia. Laxantes? Nem pensar! Se alguma coisa não anda funcionando direito, é porque a dieta precisa ser reavaliada. “Uma boa saída para esse problema é a ingestão de fibras”, recomenda a especialista.
Os principais sinais da proximidade do parto são as contrações em intervalos regulares (a cada 5 ou 10 minutos), perda do tampão mucoso, a perda líquida proveniente da ruptura da bolsa ou sangramento comum com a dilatação do colo uterino
O ácido fólico vira a estrela da dieta de toda mulher grávida. Ele é responsável pela formação neurológica do bebê, pela formação de proteínas estruturais no organismo e hemoglobina, além de ser imprescindível para evitar que a mãe tenha anemias e que o bebê sofra de mal-formação congênita. É por isso que, não apenas nos momentos finais da gravidez, mas durante os nove meses, a mulher deve comer alimentos ricos desse nutriente, como fígado, vegetais de folhas verde-escuro, feijão branco, suco de laranja, cenoura, gema de ovo, entre outros. Em alguns casos, uma complementação vitamínica também é recomendada, mas lembre-se que esse recurso só deve ser adotado com indicação médica.
Sexo pode?
Muitos casais deixam de praticar sexo desde o início da gravidez, com medo de prejudicar o bebê de alguma forma. Mas a gravidez, se não for de risco, não é impedimento para que a mãe realize qualquer tarefa ou atividade, inclusive o sexo. Dr. Marcelo explica que ele não precisa ser evitado, mas, é claro, o bom senso deve estar sempre presente. “Nada de movimentos bruscos ou excessivos. O posicionamento do casal de lado costuma ser mais confortável. O homem não deve apoiar seu peso sobre o abdômem materno”, recomenda.
Viagem programada?
Como visto até aqui, o ideal é que nas últimas semanas a gestante relaxe o máximo possível, mas se ela tiver uma viagem inadiável – deve ser REALMENTE importante -, algumas precauções devem ser tomadas. Algumas companhias aéreas solicitam a apresentação, no check-in, de atestados médicos já a partir do sétimo mês de gestação, comprovando estar apta para o vôo. A partir do oitavo mês, até o nono, a apresentação do atestado é obrigatória. Durante os sete dias que antecedem o parto, o embarque não é permitido.
Medos, certezas e esperanças
Quando era criança no interior de Minas Gerais, a enfermeira Ana Lúcia Moraes achava que a gravidez exigia cautela excessiva, como se a mulher estivesse com uma doença grave. “A única mulher grávida com quem convivi mais de perto foi minha mãe, quando estava esperando meu irmão. Como foi uma gravidez de risco, ela teve que ser cercada de cuidados, quase não saía da cama. Fiquei achando que comigo também seria assim e fiquei apavorada quando engravidei”, conta. A sorte da mineira foi ela ter procurado ajuda de especialistas e médicos, para descobrir que poderia – e deveria – seguir com sua vida normal, tomando apenas alguns cuidados. “Fiquei super feliz quando soube que poderia continuar com minhas caminhadas, meu trabalho e minha alimentação normal. Isso me ajudou a chegar tranqüila aos atuais oito meses e meio da minha gravidez. Fiz todos os exames, segui as recomendações e tenho certeza de que vai dar tudo certo. Ah, e nada de cesariana: ouvi falar que o parto normal dá mais defesas para o organismo do bebê e fiz questão de que meu filho já nascesse protegido”, diz a futura mamãe, confiante.
E o que fazer quando a gravidez vem um pouquinho antes do esperado? Muitas jovens vivem a mesma situação de Laís*, de 17 anos, que engravidou do namorado, de 20. “Eu não pensava em ficar grávida, nem casar eu queria, mas aconteceu e agora vou assumir as conseqüências de meus atos”, conta a jovem, mostrando muita esperança nos olhos. Passado o susto inicial, ela só pensa nos últimos preparativos para a chegada de Nina. “Agora que completei nove meses de gravidez, só consigo pensar em ser a melhor mãe do mundo. Leio muitos livros, converso com mulheres que já são mães e ligo toda hora para o meu obstetra para tirar dúvidas. Meu maior medo é a hora do parto. Não quero sentir dor, mas sei que depois vai valer a pena”, diz, animada.
Como saber se a hora chegou?
A ansiedade é tanta que alguns casais correm para a maternidade no menor sinal de que pode ter chegado a hora. Não é preciso passar dias no hospital esperando o bebê nascer, mas também chegar em cima da hora pode não dar tempo para que sejam tomados todos os cuidados necessários. Uma boa conversa com o seu obstetra pode tirar algumas dúvidas. Como cada caso é um caso, ele é a pessoa mais indicada para informar o momento exato de pegar a mala e partir para a chegada do bebê. Alguns sinais, contudo, podem ajudar a identificar esse momento. Segundo Dr. Burlá, “os principais sinais da proximidade do parto são as contrações em intervalos regulares (a cada 5 ou 10 minutos), perda do tampão mucoso, a perda líquida proveniente da ruptura da bolsa ou sangramento comum com a dilatação do colo uterino”. Por falar em mala, outra dica é deixá-la prontinha logo quando forem completados os 9 meses de gravidez. Além de ser um momento especial, quando a mãe arruma com todo o carinho as roupinhas do filho que está chegando e as coisas que precisará usar no hospital, será uma preocupação a menos na hora em que a atenção de todos estará voltada para a mãe e o novo membro da família.
* O nome foi alterado a pedido da entrevistada