Jejum na gravidez? Nutricionista de Deborah Secco rebate polêmica sobre dieta da atriz

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A atriz Deborah Secco retomou com facilidade (e rapidez!) a boa forma após dar à luz Maria Flor, sua filha com o marido Hugo Moura. O método de emagrecimento que a fez mandar embora os 19 kg que ganhou na gestação, porém, causou a maior polêmica.  Em entrevista à revista Glamour, ela disse que seguiu dias de jejum intermitente – isto é, quando alguém fica muito tempo sem comer e depois devora o que puder em quantidades absurdas.

A declaração foi o bastante para que as pessoas ficassem em alerta sobre os perigos de se fazer dieta restritiva na gravidez e acabou gerando muitas críticas na internet. Para tirar de vez todas as dúvidas sobre o método usado por Deborah, que afirmou que em certos dias fazia apenas uma refeição, conversamos com a nutricionista Fernanda Muller, que acompanha a famosa desde o 6º mês de gestação.

Polêmica sobre dieta de Deborah Secco na gravidez 

Segundo a reportagem publicada pela revista Glamour, Deborah Secco iniciou uma dieta restritiva no 6º mês de gestação porque não queria mais engordar. A matéria dizia que, em certos dias, a atriz fazia apenas uma única refeição, ficando até 23 horas em jejum.

A repercussão negativa foi tanta que a nutricionista da famosa se posicionou em sua conta na rede Snapchat. O Bolsa de Mulher conversou com ela para entender a real dieta feita por Deborah. Veja que tipo de alimentação é seguido pela atriz, benefícios que promete e possíveis riscos.

Dieta paleolítica da Deborah Secco 

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De acordo com Fernanda Muller, a atriz a procurou no 6º mês de gravidez para estabelecer um plano alimentar que a fizesse diminuir a vontade de comer. Isto porque até aquele período ela já havia engordado 19 kg.

“Ela me procurou para orientação, pois sentia muita fome e sentia vontade de comer de 3 em 3 horas. Só que ela come muita besteira, então precisávamos melhorar sua qualidade alimentar”, explica a profissional, que é mestre em ciências do esporte e pós-graduada em nutrição ortomolecular.

A nutricionista indicou à Deborah, então, a dieta paleolítica, que a fez perder 2 kg enquanto ainda estava grávida.

Neste tipo de dieta, inspirada nos hábitos alimentares dos nossos ancestrais, produtos industrializados e processados ficam de fora.

Alimentos com gorduras naturais, de acordo com esse plano alimentar, são liberados sem controle de porções ou de calorias. “Ela é indicada para qualquer pessoa que queria se alimentar de maneira saudável”, defende a nutricionista.

Quem segue a dieta paleolítica consome pouco carboidrato e muita gordura. “É uma dieta low carb e high fat. Fazemos, então, o controle da ingestão de raízes e frutas, enquanto a pessoa come mais vegetal, gordura e proteína”.

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Jejum durante a gravidez? 

Fernanda Muller esclareceu ao Bolsa de Mulher que, durante a gravidez, Deborah não passou por períodos de jejum intermitente. Ela contou que esse método foi usado somente no período pós-parto, de maneira pontual, para que a atriz enxugasse medidas para posar em uma capa de revista.

Foi durante este período que Deborah chegou a ficar 23 horas sem comer, se alimentando somente quando sentia muita fome.

“Quando eu chegava ao estágio de fome, comia seis bifes com queijo, quatro ovos, bacon… Daí, só sentia fome 10 horas depois”, contou a atriz em entrevista à Glamour. “Quanto mais gordura, mais tempo entre as refeições. Quando quis secar, cheguei a comer de 23 em 23 horas. É possível”.

Fernanda destaca que a mudança para um período de jejum aconteceu depois que Deborah não conseguiu amamentar a filha, por conta de uma mastite.

“Depois do parto, ela ainda fez a dieta paleolítica por um mês”, explica. “Mas, como ela não estava amamentando e já estava adaptada à dieta que vinha fazendo por 4 meses, fizemos essa estratégia nutricional (o jejum intermitente) durante uma semana”.

Ela explica que, por seguir a chamada “dieta das cavernas”, a pessoa que se propõe a essa estratégia sente menos vontade de comer e, quando sente, se satisfaz em poucas refeições.

Dieta paleolítica na gravidez: é seguro?

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Na opinião da nutricionista e mestre em Saúde Pública Patrícia Cruz, seguir a dieta paleolítica é totalmente contraindicado a gestantes.

“A gestante precisa ter uma dieta equilibrada”, avalia. “Não se pode fazer restrição alimentar neste período e nutricionistas e obstetras não recomendam nenhuma dieta da moda para grávidas”.

Há risco para o bebê?

A formatação da dieta paleolítica – em que se faz uma “reserva alimentar” em poucas refeições – segundo Patrícia, não atrapalha o crescimento do bebê, já que o valor calórico que ele precisa é garantido por substituições alimentares.

Entretanto, ela é potencialmente prejudicial à mãe, já que, por ser hiperproteica (ou seja, rica em proteínas e gorduras), pode acarretar excesso de sódio no organismo da mulher, retenção líquida, dificuldade na absorção de cálcio, entre outros fatores.

Em uma dieta com baixo índice de ingestão de carboidratos, a nutricionista destaca que a gestante pode desenvolver um quadro de hipoglicemia. “O ideal é que de 45% a 60% da alimentação seja composta por carboidratos e 35% de gordura. Com essa dieta, há um desequilíbrio nessa porcentagem”.

“Engordar 19 kg nos primeiros meses não é saudável”

Patrícia explica, ainda, que a primeira preocupação da mulher nos meses iniciais da gestação deve ser em não ganhar muito peso. “O ideal é entre 10 kg e 15 kg. Se for mais do que isso, aumenta-se o risco de doenças como diabete gestacional e pré-eclâmpsia”.

Ela avalia, portanto, que o ganho de 19 kg nos primeiros seis meses de gestação de Deborah não está dentro da normalidade e que, melhor do que emagrecer nas últimas semanas, teria sido controlar o ganho de peso desde o início.

“Não é indicado para nenhuma mulher emagrecer drasticamente durante a gestação, a não ser que ela já fosse obesa quando engravidou. A queima de gordura exagerada pode gerar a produção de corpos cetonicos, que são prejudiciais ao bebê”, explica. “Mas, no caso de Deborah, acredito que ela tenha desinchado por ter perdido água”.

Como emagreceu tão rápido? 

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A nutricionista Fernanda Muller destacou que, além da preocupação com a qualidade dos alimentos, dois fatores contribuíram para que Deborah aparecesse com a “barriga seca” pouco tempo depois do parto.

Ela pratica exercício físico com frequência e sempre teve um metabolismo mais rápido. “Ela sempre teve essa facilidade de mudar o corpo, emagrecer e engordar para personagens”.

Ela ressalta que alguns carboidratos simples são liberados a cada 15 dias para a famosa, que adora “besteirinhas, como fast food e brigadeiro”.

“Ela nunca fez dieta restritiva, porque toda semana come um brigadeiro, por exemplo”, comenta. “Mas, mesmo assim já retomou seu peso anterior e está saudável”.

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