O segundo filho > Preparando o irmão

“O ciúme entre crianças pequenas é natural e saudável. Só quando isso acontece em idades muito diferentes os pais devem ficar atentos porque pode ser sintoma de algum problema que precise de um apoio psicológico”, esclarece Rita Jardim.

Para evitar os ciúmes exagerados, a chegada do irmão precisa ser bem trabalhada na cabeça da criança. “A partir do momento em que os pais começam a planejar um bebê, eles devem conversar com seu filho sobre as vantagens da chegada do irmão. Convidar a criança a participar dos preparativos, pedir sua opinião, envolvendo-a nas decisões sobre o nome do irmãozinho(a), organização do espaço físico, preparação do enxoval”, ensina Kátia. Ela revela que é importante que as visitas sempre dêem atenção ao primogênito primeiro e depois ao bebê. “Pedir para a criança mostrar o irmão, apresentá-lo aos visitantes é uma boa dica para promover a integração entre eles sem que haja ciúmes”, completa.

Os pais devem saber se terão disponibilidade de tempo para a criança. Se não há tempo para cuidar do primeiro filho, nem vale a pena ter o segundo. A questão financeira também deve ser levada em consideração

Os especialistas acreditam que os ciúmes são mais comuns em irmãos com pouca diferença de idade. Por isso, eles apontam que o melhor espaçamento entre as idades do primeiro e segundo filho é de sete anos. “Por volta dos sete, oito anos de idade, a criança está começando a adquirir independência e não se importa tanto com a chegada de um irmão. Ela consegue perder o colo da mãe sem se sentir rejeitada e ameaçada”, explica Kátia.

Isso não significa que filhos com uma diferença menor de sete anos estejam destinados a competirem entre si. Tudo depende de como os pais encaram a situação e expõem o nascimento do bebê ao irmão. “Se a criança é bem trabalhada, se os pais estabelecem um diálogo franco, ela vai saber receber bem um irmão em qualquer momento”, argumenta Rita. Se mesmo depois de preparar a criança para a chegada do irmão ela ainda se sentir insegura em relação ao amor dos pais, “eles precisam deixar claro, através de atos e palavras que cada filho tem suas qualidades e são amados do jeito que são”, sugere Kátia.

A escolha do casal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que se espere no mínimo dois anos entre uma gravidez e outra para que o corpo da mulher se recupere totalmente. Segundo um estudo realizado na Universidade de Washington, um intervalo de menos de seis meses entre o nascimento do bebê e a nova gravidez aumenta em 41% as chances de parto prematuro. Quando esse intervalo é maior de 12 meses, o risco diminui consideravelmente.

No entanto, os especialistas garantem que não existe uma fórmula ideal sobre a chegada do segundo filho. “A escolha do melhor momento depende da decisão dos pais. O importante é que a criança seja desejada mesmo que não tenha sido planejada”, afirma Rita. E antes de decidir pela nova gravidez, é preciso balancear alguns fatores. “Os pais devem saber se terão disponibilidade de tempo para a criança. Se não há tempo para cuidar do primeiro filho, nem vale a pena ter o segundo. A questão financeira também deve ser levada em consideração”, aconselha a psiquiatra.

Estrutura emocional é outro pré-requisito. “Os pais devem estar preparados para muita tolerância e renúncia pessoal já que com dois filhos, eles administram, além das crianças, um terceiro componente: o relacionamento entre os dois”, finaliza Kátia.

Leia também:

– Menino ou menina? – O dia da fecundação contribui para definir o sexo do bebê? Saiba mais!

– Força do destino – Mães abrem o coração: como é dar à luz filhos sempre do mesmo sexo?