Piolho

Uma coçadinha aqui, outra acolá. Nada de mais quando é esporádica. Mas se o coça-coça não dá trégua, a mãe logo suspeita: piolho. Existem diversos tipos do parasita, mas vamos nos ater aqui ao Pediculus humanus var capitis – hein? -, que pode provocar uma infestação chamada de pediculose do couro cabeludo.

A doença, que está entre as de maior incidência na população infantil do país, é caracterizada por uma coceirinha sem fim que atinge principalmente crianças em idade escolar. Mas os adultos não estão livres dele. Os bichinhos não fazem distinção de raça, classe social e nem idade. Se tem cabelo, ele faz a festa!

Quem é esse tal de piolho?

De acordo com a bióloga Bianca Dantas, o pequenino inseto de coloração marrom possui uma boca adaptada, usada para perfurar a pele e sugar o sangue humano, do qual se alimenta. As garras nas seis pernas possibilitam grudar no corpo do hospedeiro.

Os bichinhos não voam, não pulam e vivem em torno de 30 dias. Nesse tempo podem fazer um estrago: “Uma fêmea coloca até 300 ovos durante a sua curta vida. Na sua fase reprodutiva ela costuma botar, em média, de dez a doze ovos por dia. Esses ovinhos de cor esbranquiçada são as lêndeas, que ficam grudadas nas raízes do cabelo, bem pertinho do couro cabeludo e eclodem em cinco ou seis dias”, explica Bianca.

Como são transmitidos?

Engana-se quem pensa que os piolhos estão associados à falta de higiene. A história não é bem assim: os piolhos gostam mesmo é de um cabelo limpinho. A transmissão acontece através do contato pessoal direto com os indivíduos infestados e pelo compartilhamento de utensílios como pente, boné, travesseiro, lenço de cabeça e presilhas. Encostos de cadeiras e assentos de carros também ajudam a disseminar a pediculose.

Quais os sintomas?

O primeiro sintoma de uma infestação é uma intensa coceira no couro cabeludo, principalmente na região da nuca e atrás das orelhas. Essa coceira, causada pela saliva e pelas fezes do piolho, pode resultar em feridas, deixando uma porta aberta para infecções bacterianas. Entre uma coçadinha e outra não há quem durma. “Além de atrapalhar o sono, a pediculose pode levar as crianças a um quadro de estresse, o que atrapalha, inclusive, o desempenho escolar”, ressalta a pediatra Rosana Monteiro. Mas não é só isso: dois meses são o suficiente para que o quadro se agrave. “Pode haver o aparecimento de gânglios e anemia”, avisa a especialista.

Na próxima página, veja como diagnosticar a infestação e combater os piolhos