Preocupação de Ticiane com Rafinha é comum: quando deixar o filho dormir fora?

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Ticiane Pinheiro usou o recurso dos Stories do Instagram para fazer um desabafo sincero sobre a primeira vez que o filho dorme fora de casa, sem a companhia de um dos pais. A situação nova foi vivida com a primogênita, Rafaella Justus, que recebeu dos pais a autorização para participar de um acampamento da escola.

A apresentadora da Record, que está grávida de uma menina, fruto do casamento recente com o jornalista César Tralli, foi bastante honesta ao dizer que ficou com o coração apertado ao se despedir da filha mais velha.

O que aconteceu com Rafaella Justus faz parte do amadurecimento de toda criança e muitas famílias também passam por esse tipo de preocupação, mas é possível amenizar os receios que naturalmente vão surgir com algumas dicas:

Desabafo de Ticiane Pinheiro

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Ticiane foi superverdadeira ao contar aos fãs e seguidores que foi muito difícil se despedir de Rafa antes do passeio escolar.

A situação na qual a artista se encontra é bastante comum entre os pais que começam a lidar com essa fase do desenvolvimento dos filhos e ficam inseguros com alguns pontos, como qual o momento certo para o filho começar a dormir fora e como fazer desse processo uma fase menos dolorosa para mães e filhos.

Qual a idade ideal para o filho dormir fora de casa?

No geral, a partir dos quatro anos de idade a criança começa a estabelecer laços afetivos que ultrapassam o círculo familiar. É quando geralmente inicia-se o processo de sociabilização das crianças. É uma fase importante para o crescimento psicológico e deve ser incentivado.

Suely Bloch, psicóloga e pedagoga do Centro Cultural para a Primeira Infância Brincando no Pé, dá dicas de como ajudar o processo de independência da criança.

“Nessa idade, ela já pode começar a participar de atividades e momentos fora de casa, porém, de uma maneira bem pensada e cuidada, respeitando o tempo de cada um. Em um primeiro momento é interessante que ela passe curtos períodos fora e em um ambiente que ela conheça, como a escola, por exemplo, para ir desenvolvendo a habilidade dela de ficar mais tempo fora de casa”, exemplifica.

Alguns sinais no comportamento dos filhos podem indicar que é hora de investir em passos mais independentes. “Algumas crianças ainda usam chupeta ou objeto de apego e é muito nítido quando existe esse crescimento e elas passam a deixar de usar esse objeto e a se sentir mais confiante. Isso é um processo que você vai construindo na criança pelos pais”, aconselha.

Percebendo que ela está mais crescidinha, a dica é fazer com que a criança durma em lugares que são de conhecimento dos pais, como a casa dos avós ou de amigos mais próximos.

“Quando vamos para um ambiente que os pais não conhecem gera um outro sentimento. Tudo é novo também para a mãe e ela precisa ir se preparando junto com esse crescimento da criança, ajudando a fortalecer o filho a se sentir seguro para ir sozinho. Uma mãe que fica com medo acaba transmitindo isso para a criança e ela precisa se sentir fortalecida”, pontua a pedagoga.

Medo de ficar longe dos filhos

Com bastante frequência as crianças mostram gostar da ideia de dormir fora em um primeiro momento e, ao chegar no lugar, acabam querendo ligar para os pais e pedem para voltar à casa. De acordo com Suely, nesses casos, estabelecer um contato via telefone é o menos indicado – a não ser em casos de necessidade extrema de saúde, por exemplo.

Algumas crianças possuem um perfil mais independente, porém, para os pequenos mais inseguros, a profissional aconselha usar alguns truques para o filho dormir fora que são simples e efetivos .

“Os pais devem ter uma conversa com a criança antes, explicando o que vai acontecer, de repente, levar um objeto de segurança da criança, algo até mesmo da casa, por exemplo”, sugere.

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Ela explica que o contato através do telefone estabelece uma aproximação da criança com os pais de uma forma muito real, que podem por acabar desencorajando sem querer o filho.

“Os pais podem usar uma palavra simples e sem perceber podem por acabar desfazendo a coragem e a força da criança. É importante que os adultos acreditem na criança, que ela vai conseguir dar conta daquilo e ela precisa lidar com aquilo dela com ela mesma. É melhor ela conseguir elaborar essas coisas por si só do que precisar dos pais. É um passo dela, com ela mesma”, finaliza.

Pais superprotetores

Já a pediatra Marcia Lika Yamamura lembra que, muitas vezes, quem mais sofre nesses momentos de separação são os adultos, principalmente os pais superprotetores, porém eles precisam deixar as inseguranças de lado e devem ajudar no processo de sociabilização do filho e não passar emoções negativas.

“Os pais devem estar preparados em primeiro lugar para a ausência dos filhos. É comum vir um sentimento até contraditório ao perceber que o filho cresceu e está ficando independente, o de querer mantê-lo em casa o tempo todo, misturado com ansiedade e medo do desconhecido também”, fala.

É importante que os adultos entendam que tais emoções são normais, porém devem buscar ferramentas que os deixem mais seguros e tentar não transparecer esse medo e apego ao filho.

“O medo e a ansiedade, em geral, são mais dos pais do que da criança. O passeio deve ser planejado, a escola deve organizar reuniões com os pais a fim de esclarecer as dúvidas e também para ajudá-los nesse primeiro evento, que é inédito para ambos”, fala.

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Ter informações sobre a equipe que irá acompanhar os pequenos no passeio – em geral um adulto a cada quatro ou cinco crianças – e se o espaço é adequado para receber esse tipo de excursão também são cuidados que ajudam a deixar os pais mais seguros e tranquilos com essa primeira saída.

A médica alerta que os responsáveis também devem aproveitar a oportunidade para retomar costumes de antes do nascimento do filho, vendo esse momento como positivo tanto para a criança, quanto para o casal.

“Pais e mães também devem aproveitar esse momento a sós para lembrar de seus outros papéis além de pais. Ou seja, precisam também distrair-se para não pensar o tempo todo na criança. Sem dúvida, é uma experiência única para papais e mamães, além dos filhos”, finaliza.

Como incentivar a independência dos filhos