O pós-parto é marcado por ser um momento de readaptação da mulher ao seu corpo e as novas demandas que surgem com a chegada do bebê. Junto a essas mudanças, está a retomada da vida sexual, que também pede reajuste, uma vez que a mulher vivenciou estágios de intensas transformações, tanto físicas como emocionais.
Libido em baixa
O sexo durante o período de amamentação exige um autocuidado por parte da mulher e compreensão do seu parceiro. A amamentação em si não interfere sozinha na retomada das relações sexuais, mas é comum nesse período uma diminuição na libido que pode, sim, remodelar a vida sexual do casal e pedir mudanças em comparação ao modo como o sexo era experimentado antes da gravidez.
De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Eliano Pellini, chefe do setor de Saúde e Medicina Sexual da Faculdade de Medicina do ABC, por conta da produção do hormônio prolactina, responsável pela produção do leite, ocorre a diminuição da lubrificação natural e perda da libido, uma vez que este componente diminui os níveis do hormônio feminino e bloqueia os ovários.
Além disso, as chances de infecção urinária aumentam muito neste período, o que pode tornar o sexo com penetração um pouco dolorido e pouco prazeroso.
Sexo: deve mudar ou não?
Durante o período de amamentação, as atividades sexuais precisam levar em conta todas as mudanças que o corpo da mulher está vivenciando, inclusive o tempo de resguardo, que, em média, é de 40 dias.
Alguns casais, neste intervalo, optam pela masturbação e pelo sexo oral com alternativa. Outros, frente ao cansaço e a energia que as novas demandas consomem, ficam apenas nos carinhos, abraços e beijos.
Mas, tudo varia de casal para casal e, especialmente, depende do que a mulher está sentindo – do nível de desejo, disposição e segurança. E todos esses aspectos devem ser respeitados pelo parceiro.
Estímulos aos seios

Embora não exista uma recomendação médica taxativa, a regra geral é o bem-estar da mulher. Muitas, durante os primeiros meses, preferem que o seio seja exclusivo para o aleitamento do bebê. Neste caso, durante este período, vale investir em carícias em outros lugares (é uma ótima oportunidade de descobrir novos estímulos, por exemplo).
Já aquelas que enxergam o seio também como parte do corpo a ser estimulada, adotam alguns truques: recebem carícias por cima do sutiã com protetor para que o leite não vaze; investem nas relações logo após as mamadas, momento em que as glândulas estão esvaziadas e o risco de o líquido sair é menor; ou apenas curtem a situação da maneira que for possível, encarando com naturalidade os possíveis “escapes”, afinal, os seios naquele momento estão, de fato, desempenhando duas funções e não há problemas nisso.
O único cuidado a adotar é a boa higienização da mama após o sexo, antes da próxima mamada do pequeno.
Recuperando o fôlego

Mas, muitas mulheres não recuperam a libido e a disposição tão rapidamente – e está tudo bem! Após o período de amamentação, os níveis de hormônio feminino voltam ao normal e ela retorna a sentir desejo e prazer. A dinâmica das relações, nesse momento, volta a ser ditada pelas preferências do casal.
Ainda assim, é importante lembrar que a maternidade e a sexualidade, embora sejam tratadas como dois contrários, não devem estar em oposição. O que importa mesmo, durante a amamentação, é a mulher se sentir à vontade para expressar seus desejos e se relacionar com seu parceiro da maneira que lhe traga prazer, mantendo relações sexuais ou não.
O parceiro neste processo também tem muita responsabilidade. Além de compreender toda esta transição hormonal e aumento de demanda, ele deve tornar o ambiente propício para que a mulher possa voltar a sentir desejo e prazer – seja assumindo mais tarefas da casa e com o bebê para que ela fique menos cansada e mais disposta, seja fazendo surpresas e tornando os momentos simples mais românticos, seja abrindo o canal para o diálogo para que ela possa dividir as angústias e o receios que permeiam esse momento.
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