Total de cesáreas feitas por planos de saúde é assustador e chega a 98,7% dos partos em uma das 10 maiores operadoras do país

Um balanço solicitado pelo jornal Folha de S. Paulo à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) evidencia as quantidades de parto normal e cesariana em cada plano de saúde. Os números assustam: metade das operadoras de planos de saúde brasileiras – que são ao todo 826 – têm índice cesárea acima de 90%.

Dentre as 826 empresas que fornecem planos de saúde, 92 não registraram nenhum parto normal durante o ano de 2013. Por outro lado, 15 delas têm taxa de cesariana inferior a 45%, o que as posiciona dentro da meta que estipula índice de desempenho dos planos de saúde da ANS. Vale lembrar que é de 15% a quantidade máxima de cesarianas recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Índice de cesarianas por plano de saúde

Entre as 10 maiores operadoras de plano de saúde, o percentual varia de 64,7% (Bradesco Saúde) a 98,7% (Sul América). Veja a seguir os números de alguns dos planos de saúde mais comuns.

Bradesco Saúde S/A

Número de partos normais: 16.019
Número de partos cesáreos: 29.313
Taxa de partos cesáreos: 64,70%

Sul América Serviços de Saúde S.A.

Número de partos normais: 39
Número de partos cesáreos: 2.948
Taxa de partos cesáreos: 98,7%

Amil Assistência Médica Internacional S.A.

Número de partos normais: 7.361
Número de partos cesáreos: 52.986
Taxa de partos cesáreos: 87,80%

Unimed Paulistana Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico

Número de partos normais: 1.231
Número de partos cesáreos: 11.382
Taxa de partos cesáreos: 90,20%

Intermédica Sistema de Saúde S/A

Número de partos normais: 4.414
Número de partos cesáreos: 9.975
Taxa de partos cesáreos: 69,30%

Golden Cross Assistência Internacional de Saúde LTDA

Número de partos normais: 848
Número de partos cesáreos: 6.065
Taxa de partos cesáreos: 87,70%

Omint Serviços de Saúde LTDA.

Número de partos normais: 174
Número de partos cesáreos: 1.349
Taxa de partos cesáreos: 88,60%

Medidas para reverter os números

De acordo com normas recentemente instituídas pela ANS, a partir de julho de 2015 as gestantes terão acesso às taxas de parto normal e cesarianas por plano de saúde, hospitais e médicos. Além disso, o médico responsável pelo parto deverá apresentar o partograma, um documento com todas as informações do trabalho de parto, permitindo identificar se houve ou não indicação de saúde para a cesariana. Por último, o cartão da gestante deverá ser preenchido a cada consulta com todas as informações pré-natais.