Beleza no tempo certo – A vaidade nunca permite que a gente esqueça de cuidar da pele ou renovar o estoqu

por | jun 30, 2016 | Beleza

O tempo não pára. Pena que a gente só sinta a ação dele quando as marcas que ele deixa interna e externamente começam a surgir. Felizmente, as externas quase sempre têm um jeitinho: uma ruguinha que teima em aparecer aqui, uma sarda que aumenta ali e uma mancha pintando acolá podem ser minimizadas, ou até eliminadas, com uma orientação profissional correta e uma boa dose de capricho e força de vontade. O primeiro passo é usar e abusar da proteção. Num país tropical como o Brasil, loucos são aqueles que abrem mão do filtro solar e saem de casa sem ele. Para a dermatologista Áurea Lopes, essa ligação estreita e fiel com os protetores deve começar ainda na infância, pois os efeitos do sol são cumulativos e progressivos. O fator de proteção deve ser de 15 no mínimo, em gel, creme ou loção, de acordo com o tipo de pele e a idade.

Antes dos 30

A pele imaculada de neném, segundo a Drª Áurea Lopes, começa a se transformar a partir da primeira menstruação. “Os hormônios começam a agir e a pele sente essa variação e se apresenta mais oleosa”, explica a médica. Há, então, maior predisposição para o surgimento dos cravos e das (im)populares espinhas. É nessa hora que muitas adolescentes vaidosas e desinformadas fazem fila na porta das esteticistas para fazer limpeza de pele. Algo não muito recomendável, já que, de acordo com a Drª Áurea Lopes, esse procedimento é necessário em apenas alguns casos.

Nessa idade, segundo a médica, o importante é fazer a higienização da pele duas vezes por dia com produtos adequados, além de uma esfoliação semanal. E, claro, nunca esquecer o protetor solar oil-free ou em gel. As jovens até 20 anos devem lavar o rosto, segundo a dermatologista Sílvia Melo, com sabonetes mais abrasivos compostos por substâncias como enxofre, ácido salicílico e hamamelis. Após essa idade, Silvia sugere um sabonete menos abrasivo, à base de extrato de alecrim. E quanto à hidratação? Para Sílvia Mello, que trabalha na clínica Dr. Ivo Pitanguy, é difícil recomendar um hidratante para as moçoilas com menos de 20 anos. No entanto, passada a adolescência, uma leve hidratação antes de dormir, com um produto não oleoso, é o suficiente.

Dos 30 aos 40 anos

Já está na hora de começar a pensar na prevenção e tratamento das rugas. Além da limpeza, tonificação, proteção solar, esfoliação e hidratação – tudo que deve ser feito na faixa etária inferior –, é necessário, na opinião de Áurea Lopes, abastecer o estoque de cremes que contenham ácidos retinóico, glicólico e alfahidróxidos. As fórmulas podem conter também substâncias clareadoras, que são excelentes para o período pós-verão, e o badalado DMAE, um antienvelhecimento que ajuda na despigmentação, além de dar tônus e firmeza na área dos rosto e pescoço. Sílvia Mello receita para algumas mulheres não só os ácidos, mas também um hidratante feito com nanosfera de Algisium, que retém a água e é anti-radical livre. Para a área dos olhos, Silvia indica um creme feito à base de silício orgânico, nanosfera de vitamina E e nanosfera de cafaisilane, que diminui o edema na região.

As concentrações e a freqüência vão depender da necessidade de cada paciente, portanto, nada de correr para uma farmácia de manipulação ou para uma loja de cosméticos e comprar por conta própria. A dermatologista Silvia Lopes aconselha o uso de tônico, de preferência sem álcool, antes do hidratante. “Ele equilibra o ph da pele para receber os ácidos e a hidratação”, garante a dermatologista. As médicas são unânimes em relação à aplicação da toxina botulínica, o popular Botox, nos cantos dos olhos e ao preenchimento com ácido hialurônico. A partir dos 35 anos, só se deve fazer uso dessas substâncias após uma avaliação sobre a real necessidade delas. Além dos cosméticos, a dermatologista Áurea Lopes também costuma receitar para algumas de suas pacientes um complexo vitamínico oral que contenha vitamina A, C, E, zinco e selênio, e peelings superficiais à base de ácidos.

Dos 40 aos 50 anos

Lá vem as rugas, que teimam em aparecer por causa da diminuição das fibras colágenas, que por sua vez levam a uma perda da elasticidade e de firmeza da pele. Por isso, alguns médicos recomendam, além dos ácidos citados anteriormente, cremes que contenham estrógeno, o hormônio feminino, na fórmula. Na opinião de Áurea Lopes, nessa faixa etária as rugas e a flacidez na área dos olhos estão mais evidentes. “Recomendo a aplicação da toxina botulínica e o preenchimento mais definitivo à base de colágeno, ácido hialurônico e gordura. Em alguns casos, no entanto, é necessário apelar para a cirurgia plástica”, explica a médica. Alguns dermatologistas também indicam técnica auxiliares realizadas pelas esteticistas, como ginástica facial, massagem facial isométrica, alta freqüência e microcorrentes, que estimulam a circulação sangüínea e a oxigenação, ativando o metabolismo celular.

Não custa lembrar algo também desolador. Depois dos fatídicos 40, os cabelos também mudam. Os fios ficam mais finos, menos hidratados e brilhantes, além de cair bem mais. As unhas também não fogem à regra, e começam a desfolhar e crescer menos. Isso tudo acontece porque há uma diminuição do estrógeno, hormônio que estimula o crescimento da placa de queratina. O estrógeno produz o ácido hialurônico, que é responsável pela hidratação e textura do pêlo e pela hidratação da placa da unha. Como se não bastasse, nessa época surgem também pêlos isolados na face, e principalmente no queixo.

Depois dos 50

Agora é a fase da flacidez. Se você sempre se protegeu do sol e começou a tratar da pele depois dos 30 menos mal, provavelmente a qualidade de sua pele é melhor e a cirurgia plástica ainda pode ser adiada. Um consolo! Para Áurea Lopes, o mais importante nessa fase é a hidratação com cremes feitos à base de ácidos, de isoflavona (a soja), hormônio estrógeno, DMAE e um hidratante de ácido hialurônico. A médica sugere também um tratamento de reposição hormonal.

Tratamentos e visitas a esteticistas e dermatologistas à parte, o fundamental é saber que fatores genéticos e ambientais, atividade física adequada, uma alimentação saudável e felicidade também influenciam no envelhecimento. Então, cuide-se!