A onda “desondulada” dos cabelos lisos já não é novidade para ninguém, muito pelo contrário. E sob a pretensão de manter as melenas escorridas com um mínimo de controle, inaugurou-se um novo tipo de dependência física e emocional, que envolve algo que podemos chamar de Lisíssima Trindade: a escova, a chapinha e o cabeleireiro. Mas, sob o puxa-puxa ao vento quente do secador, muitas cabeças imaginam como seria bom, pelo menos, não precisar mais correr atrás de horário no salão e ali deixar uma quantia que, ao final de tantas visitas por mês, já se transformou em despesa fixa. A boa notícia é: isso, pelo menos isso, é possível. Com dois braços, alguma habilidade e certa prática, a escova perfeita em casa pode ser uma alegre e auto-suficiente realidade.
Assista ao passo-a-passo:
[btv]http://www.bolsademulher.com/video/1Ve/[/btv]
O primeiro passo é saber lavar de forma adequada os cabelos, como explica o cabeleireiro Hans. Segundo ele, além de utilizar os produtos adequados para o seu tipo capilar, o importante é enxaguar bastante. “Para o shampoo e o condicionador, você tem de ler e se informar. Pedir uma análise do seu cabeleireiro para saber qual a linha mais adequada. Tem de lavar bem e tirar todo o condicionador porque o cabelo gorduroso atrapalha na hora da secagem”, explica.
Não há problema em usar o secador todos os dias, desde que juntamente com protetores térmicos
Para melhorar seu desempenho é importante escolher bem os instrumentos de “trabalho”. Hans orienta que o secador deve ser leve e com velocidade alta, com potência entre 1600 e 1900 watts. “Secador adequado não é o mais quente. Tem de ser um com velocidade alta e temperatura boa”, ressalta. O cabeleireiro diz ainda que as mulheres devem procurar modelos ionizados, que não deixam o cabelo com aquele efeito elétrico. Para quem não abre mão do secador todos os dias, Hans desmistifica: não há problema em usá-lo sempre, desde que associado com protetores térmicos. “O que não pode é queimar o cabelo, por isso é importante aplicar alguns produtos antes. É bom secar o couro cabeludo”, observa.Organização é fundamental.
Depois de desembaraçar os fios, procure dividir o cabelo por partes e prendê-lo com pinças ou grampos. “Assim você tem um controle maior do processo. Outra boa dica é começar a secagem pelas partes de trás”, lembra Hans. A prancha alisadora, ou chapinha, pode ser usada após o secador, mas moderadamente, como alerta a terapeuta capilar Neide Pereira, da Fashion Clinic. Ela explica que o excesso de calor pode causar até doenças no cabelo, como a triconodose, que são pequenos nós na estrutura dos fios, e a tricoptilose, conhecida vulgarmente como pontas duplas. “A temperatura mais recomendada é de 120º C, mas a prancha sempre queima o cabelo, principalmente quando não há proteção. É importante passar a chapinha rápido, sem estacionar em um ponto específico”, orienta. Segundo a terapeuta capilar, dentre os tipos de chapinha disponíveis no mercado, as de cerâmica ou porcelana são as mais indicadas, já que possuem uma graduação de calor, impedindo que o aparelho aqueça além da medida.
Após o uso do secador e da prancha alisadora, é a hora de tratar os fios com um produto pós-escova. Neide Pereira indica óleos com bases vegetais e proteínas, que funcionam como protetores e repõem substâncias que o cabelo perdeu com a escova. “Os óleos vegetais são melhores do que os silicones comuns com bases minerais porque são voláteis”, explica.