Fazer cirurgia plástica não é pecado, ao contrário, é uma possibilidade para aumentar a autoestima e se sentir mais bonita. Mas na Coreia do Sul as coisas saíram do controle. O chamado turismo médico, em que a pessoa vai até um determinado local para fazer uma cirurgia (plástica, no caso), está em ascensão e o país é uma das nações com maior índice de operações com objetivo estético. De acordo com pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, uma em cada cinco sul-coreanas já fez algum procedimento desse tipo.
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Para a fotógrafa coreana Ji Yeo, que hoje vive em Nova Iorque, o motivo da banalização desse tipo de procedimento estético é a busca incessante pela beleza, que já faz parte da cultura do país. ” Cirurgias plásticas na Coreia do Sul estão associadas a uma etapa importante do processo de melhora pessoal. Entrar na faca, ficar com hematomas, cicatrizes e receber anestesia geral várias vezes não é mais considerado arriscado ou extravagante”, escreveu em seu site pessoal.
Motivada pelo julgamento do homem a partir de sua conta bancária e da mulher pela beleza em seu país de origem, Ji Yeo fotografou os rostos e corpos machucados de mulheres coreanas logo após cirurgias plásticas. Veja na galeria abaixo as fotografias que compõem o ensaio “Beauty Recovery Room” (Sala de Recuperação da Beleza, em tradução livre).

Beauty Recovery Room – Ji Yeo












Draw on me – Ji Yeo

Draw on me – Ji Yeo
Cirurgia plástica na Coreia: médicos de fachada e resultados desastrosos
A Agência Coreana do Consumidor realizou uma pesquisa com 1.000 pacientes que passaram por cirurgias plásticas. Entre eles, 323 pessoas disseram que os resultados foram insatisfatórios, enquanto 170 relataram resultados assimétricos (seios de tamanhos diferentes, por exemplo), cicatrizes ou infecções. Os riscos da cirurgia plástica não param por aí. O procedimento pode causar trombose, perfurações e até morte.
Em três anos, a agência recebeu cerca de 11.367 ligações a respeito de cirurgias plásticas: 69% envolviam reclamações, 22% fizeram queixas e pediram reembolso e 3% referiram “atos errados” das clínicas. Ainda de acordo com a pesquisa, mais da metade dos pacientes tinha entre 20 e 29 anos e a pessoa mais nova a passar por uma cirurgia plástica tinha 14 anos.
O grande número de queixas está diretamente relacionado ao crescimento drástico da indústria da cirurgia plástica e ao consequente interesse de médicos que não são cirurgiões plásticos em fazer esse tipo de procedimento. Há também casos relatados de cirurgias feitas por pessoas que não eram comprovadamente graduadas em medicina. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica recomenda que o cirurgião escolhido seja especialista e membro desta instituição, o que garante dois anos de formação em cirurgia e três anos de estudo como cirurgião plástico, além da faculdade.