Depois de dar à luz uma criança, as mães sempre ficam muito sensíveis e emocionalmente frágeis, pois precisam aprender a lidar e a cuidar de um ser muito pequeno, com quem criará laços afetivos muito fortes pelo resto da vida. A situação piora consideravelmente quando elas são mães solteiras ou enfrentam uma separação antes ou logo após a chegada do nenê. E, cá entre nós, dar conta de uma criança, tocar a carreira e ainda ter tempo para cuidar de si mesma, sem o apoio e a presença do pai, não é nada fácil. Como elas arrumam forças e se equilibram emocionalmente para enfrentar o problema? Será que a criança criada só pela mãe pode ter problemas de relacionamento? Como fica a vida pessoal quando a prioridade é sustentar o filho e comandar a sua educação?
Carolina Barbosa, 26 anos, produtora de eventos, sabe bem como é difícil organizar a vida diante da ausência do pai. Mãe de Alice, de 8 anos, e Francisco, de 4, ela se separou do marido após o caçula completar seis meses. “Foi bem difícil no começo. Eu tinha de impor limites, organizar a rotina deles. Ao mesmo tempo, é complicado você se descobrir solteira. Tudo isso junto faz com que você tenha de encontrar uma identidade. Mães costumam ser um poço de culpa, e essa situação fez a minha triplicar”, conta. Para superar as dificuldades, Carolina foi atrás de uma rede de apoio. “Minha família é muito importante. Meu pai me ajudou financeiramente, minha mãe dorme na minha casa quando quero sair e ainda tenho uma pessoa que me ajuda durante os dias da semana, pois preciso trabalhar ainda mais para segurar a onda sozinha”, afirma ela.
O começo é muito difícil, pois é preciso lidar com o fim do relacionamento e a educação da criança. Apesar de ter de enfrentar tudo isso, a gente sabe que em primeiro lugar sempre vem o filho
As mesmas dificuldades assombraram a funcionária pública Luciana Porcedda, 39 anos, mãe de Ítalo, de 3. Ela havia acabado de voltar ao Brasil após uma temporada de estudos e trabalho nos Estados Unidos, onde conheceu o pai do bebê, com quem ficou por dois anos. “Quando meu filho completou quatro meses, tive de voltar ao Brasil para reassumir meu emprego, enquanto o pai continuou por lá. Minha intenção era trabalhar aqui por mais dois anos e voltar para lá, mas nesse meio-tempo o pai arrumou outra mulher e, então, terminamos o relacionamento”, conta ela. Ao se ver sozinha com o filho, precisou se reorganizar. “O começo é muito difícil, pois é preciso lidar com o fim do relacionamento e a educação da criança. Apesar de ter de enfrentar tudo isso, a gente sabe que em primeiro lugar sempre vem o filho”, ressalta.