O que compensa mais, congelar óvulos ou embriões? Saiba como tomar essa decisão

Entre congelar óvulos e congelar embriões, uma alternativa dá mais autonomia à mulher – entenda

Congelar óvulos ou embriões para, no momento desejado, engravidar por meio de uma fertilização in vitro (FIV) é uma prática cada vez mais comum. Nos últimos anos, o número de mulheres que optam por essa rota tanto pelo desejo pessoal de ter filhos mais tarde quanto por razões de saúde vem crescendo – mas, afinal, o que é melhor entre congelar óvulos ou embriões? Entenda abaixo.

Congelar óvulos ou embriões: o que é melhor?

congelar óvulos
(Crédito: Freepik)

Quando uma mulher engravida após os 35 anos de idade, ela é considerada uma gestante geriátrica. Isso porque, a partir dessa idade, a qualidade dos óvulos disponíveis para fecundação já começa a cair. Seja pela vontade de ter filhos mais tarde ou por razões de saúde, muitas mulheres fazem a preservação da fertilidade congelando óvulos ou embriões já formados em laboratório.

Isso garante que, no futuro, ela terá óvulos ou embriões disponíveis para um processo de FIV, no qual a fecundação é feita fora do útero e o embrião é implantado na intenção de vingar em uma gestação. Uma mulher que congela óvulos ou embriões aos 30 anos, por exemplo, pode garantir uma gravidez menos arriscada mesmo aos 45 anos, por exemplo.

Recorrer a esse processo pode ser muito útil, mas há muito a se considerar. É comum, por exemplo, que mulheres que estão em um relacionamento tenham dúvidas entre congelar óvulos ou embriões já formados a partir do material genético do parceiro. Afinal, existe algo mais ou menos adequado?

Congelar óvulos pode assegurar autonomia

(Crédito: nensuria/freepik)

De acordo com Michelle Nagal, médica especialista em reprodução assistida da clínica VidaBemVinda, em São Paulo, um desses processos dá mais liberdade à mulher. Segundo ela, se trata do congelamento de óvulos, que não associa a autonomia reprodutiva da paciente com o parceiro com quem ela tem um relacionamento naquele momento.

Quando uma pessoa retira óvulos e os fecunda em laboratório, os embriões estão atrelados ao casal. Caso haja uma separação no futuro, a possibilidade de a mulher utilizar esses embriões para se tornar mãe solo ou dentro de outra relação pode se tornar incerta ou muito difícil.

“Quando optamos pelo congelamento de embriões, criamos uma situação de dependência. Em caso de término do relacionamento, esses embriões não poderão ser utilizados sem o consentimento de ambas as partes. Esta limitação torna-se particularmente problemática considerando que, no momento da separação, a mulher frequentemente já está em idade reprodutiva mais avançada, quando um novo ciclo de estimulação ovariana pode não ser mais uma opção viável do ponto de vista médico”, explica a especialista.

Além disso, segundo a médica, estudos apontam que mulheres que congelam óvulos antes dos 35 anos têm maiores taxas de sobrevivência desses óvulos, bem como mais chances de ter uma gravidez no futuro.

O que levar em consideração

Casal com as mãos na barriga de uma gestante (Crédito: Kei Scampa/Pexels)

Na hora de escolher entre o congelamento de óvulos ou de embriões, há uma série de fatores que devem ser considerados por uma mulher ou com um casal. Entre eles, é possível citar:

  • Idade da mulher: se a idade estiver mais próxima do que se considera avançado, o congelamento de óvulos pode garantir maior autonomia;
  • Tempo até uma gestação: se o casal quer ter filhos, mas prefere adiar a gravidez em apenas alguns anos, o congelamento de embriões pode ser mais vantajoso. Se não houver uma previsão sobre quando a gestação deve acontecer, é melhor congelar óvulos;
  • Opinião de um bom especialista em fertilidade: esse médico conhecerá a fundo as particularidades de cada mulher ou casal, tendo maior propriedade para aconselhar sobre o assunto;
  • Sintonia do casal: o desejo de ter filhos deve ser detalhadamente discutido entre os parceiros para que se possa entender a melhor decisão sobre o congelamento.

Fertilidade e maternidade