Curta os curtos

Um curtinho ninguém esquece. Engana-se quem pensa que estamos falando de vestidos acima do joelho. O curtinho em questão é o comprimento das madeixas. E um cabelo impecavelmente cortado é capaz de transformar qualquer visual, deixando você com cara de moleca, andrógena, sensual ou, simplesmente, casual. Além do mais, eles são chiques, leves, práticos e perfeitos para o verão. Mas todo cuidado é pouco na hora de tosar a cabeleira: encontrar um profissional gabaritado, que entenda o que realmente combina com você, é fundamental.

Mas será que qualquer mulher pode se aventurar em colocar a nuca de fora? Para Eron Araújo, do badalado salão C. Kamura, as mais gordinhas, que normalmente têm receio de caprichar na tesoura, estão redondamente enganadas. “O curto dá uma alongada”, ensina o cabeleireiro. “Aconselho um corte curtíssimo e mais quadrado para mulheres mais cheinhas, baixas e de rosto redondo. Por outro lado, as mulheres exóticas e as que têm o rosto quadrado ficam bem com qualquer tipo de cabelo curto, inclusive um visual mais andrógeno”.

O fundamental é analisar o formato da cabeça. Para a empresária Lígia Azevedo, as pessoas de “cabeça chata”, sem abaulamento, não devem usar o cabelo curtinho, de nuca batida. “Pode até usar curto, mas com volume atrás”, sugere Lígia. As mulheres de cabeça pequena, segundo a consultora de moda Glorinha Khalil, também devem evitar os cabelos curtos para não ficarem com cara de “alfinete”. Pescoçudas, na opinião de Lígia Azevedo, ficam melhor com alguns fios cobrindo um pouco o pescoço. A empresária não recomenda corte chanel, na altura da orelha, para quem tem o rosto longo. “O cabelo tem que emoldurar o rosto, ou seja, acompanhar o rosto todo. Acho costeletas, pequenas ou não, o máximo. Elas dão uma continuidade na forma do cabelo”, ensina. “Mulheres com cabelos muito crespo são outras que dificilmente conseguem se adaptar a esse corte. Fica com um aspecto de “touca”, parecendo uma carrapinha e não dá para fazer o efeito de franja caída”, alerta.

Muitas aderem ao curtinho quando estão chegando aos 40 com a intenção de rejuvenescer. Mas as opiniões são pra lá de contraditórias. Para a empresária Lígia Azevedo, o corte curto é fundamental nessa fase. “O cabelo comprido pesa. É quase como se ele fizesse uma sombra que realça as rugas e deixa uma aparência envelhecida”, ensina. “Cada mulher sabe a hora de cortar. Isso pode acontecer aos 45, 50 anos”, completa. De acordo com Eron Araújo, mulheres maduras devem diminuir o tamanho da cabeleira gradativamente, sem esquecer de disfarçar os sinais, inevitáveis, da idade. “O corte de nuca batida realça as rugas do pescoço e não é aconselhável para mulheres com mais de 50. Sugiro deixar uns fios sobre a testa e algum volume na parte de trás e na lateral. Acho lindo quando elas jogam o cabelo atrás da orelha”, conta.

Para a consultora de moda Glória Khalil, é preciso ter cuidado ao decidir tosar a cabeleira. “Cortar de uma hora para outra só porque chegou aos 40 despersonaliza muito uma pessoa”, comenta a consultora. “A mulher, no fundo, sabe o cabelo que fica melhor. Não precisa ficar seguindo padrões só porque amadureceu. Uma dica é olhar os álbuns de família e ficar reparando os diversos cortes que já usou ao longo da vida”, sugere. Para Wanderley Nunes, o cabeleireiro preferido da top Gisele Bündchen, esse tipo de corte independe da idade: “O cabelo curto fica bem em quem traços finos e delicados ou em quem tem traços e personalidade forte. As pessoas de personalidade forte podem até tingir de azul ou abóbora. O importante é a mulher se assumir e, consequentemente, assumir o que está usando”, avisa.

Eles realmente são superpráticos. Estão sempre arrumados, secam rapidinho e, muitas vezes, nem precisam de uma escova para pentear e desembaraçar, uma mãozinha basta. Sem falar na economia de shampoo e condicionador. A estilista Cíntia Costa, que até saí de casa com os cabelos ainda molhados que o diga. “Não quero outra coisa na vida. Estou sempre pronta para um compromisso profissional ou social. Só passo mousse quando quero dar um ar mais chique”, gaba-se. Para a apresentadora Marília Gabriela, que não usa longas madeixas desde os 20 e poucos anos, cabelos curtos são mais práticos e mais chiques. “Me incomoda a idéia de cabelo misturando com a roupa, me dá uma impressão de sujeira. Por isso, corro para o cabeleireiro quando ele começa a crescer”, conta. “Acho lindo o corte joãozinho, só não uso porque minhas proporções não possibilitam”, acrescenta.

Por outro lado, qualquer curto que se preze precisa ser sempre aparado. Lígia Azevedo corta a cada 20 dias e pinta a raiz a cada dez, tudo em nome do visual irrepreensível. “Não tem comprimento suficiente para cobrir a raiz branca que já está despontando. Fica horrível”, confessa. A bibliotecária Sandra Vilhena, adepta do curtíssimo feito com máquina quatro, vai ao salão uma vez por mês. “Meu cabelo não é muito bonito e, por isso, não ia acrescentar nada ao meu visual. Passo máquina e resolvo o problema”, afirma.

Para um look mais moderninho, basta fazer um topete colocando a franja para trás ou usar presilhas divertidas e coloridas. Nada de ficar com a mesma cara todos os dias! Quando o assunto é tendência, Wanderley Nunes indica um corte que dê, ao mesmo tempo, impressão de cabelo cortado e crescido. “A coisa mais moderna que existe é tintura, corte e penteado com aparência de mal feito. Mas isso é só aparência, tudo é feito com muita técnica”, explica Wanderley. “A mulher tem que ter a aparência de quem saiu da praia ou da cama, o chamado estilo “bedhead”. Aposto também no cabelo com cara de molhado. As franjas não devem ser tão curtas, devem ficar na altura dos cílios”, ensina o cabeleireiro, que acredita na moda apenas como referência de bom gosto.

A cabeleireira Luciana Guadagno, do Salão Werner, aposta no corte indefinido e desfiado e no chanel curtinho com dégradé na parte de trás. “A franja está na moda, mas nem todas as mulheres gostam”, diz. Eron Araújo, responsável pelo visual da apresentadora do Bom Dia Brasil, Mariana Godoy, acredita na tendência do minimalismo e na androgenia para o verão. “Os cortes são curtíssimos, feitos com navalha e tesoura. O importante é ter um ar meio sapeca”, aconselha.

O importante é conversar com o cabeleireiro antes de mudar radicalmente o visual. Leve também em conta o tipo de roupa que você usa, o estilo de vida e a imagem que você quer passar. Por último, opte por cortar aos poucos. Comece com um chanel e vá mudando o corte nas próximas vezes. “Afinal, depois que cortou, só uma peruca para contornar o arrependimento”, brinca Eron Araújo.

Agradecimentos:

Marília Gabriela

http://www.redetv.com.br/gabi/index.html

Glória Khalil – Consultora de moda e empresária

www.chic.com.br

Wanderley Nunes – Cabeleireiro

Studio W

Avenida Higienópolis, 618 loja 238 – Shopping Pátio Higienópolis – São Paulo

Telefone: (11) 3823-2565

Eron Araújo – Cabeleireiro

C. Kamura

Rua Barão de Triunfo, 1539 – Campo Belo – São Paulo

Telefone: (11) 5535-5757

Lígia Azevedo – Empresária

www.ligiazevedo.com.br