Como acalmar bebê: técnica da vovó que funciona feito mágica

Os primeiros meses de vida dos bebês é uma fase cheia de descobertas. No entanto, o processo de adaptação pode assustar, causar medo e muita insegurança. Isto porque dentro do útero eles estavam em um ambiente com espaço limitado, escuro, sem cheiros e variações de temperatura. É por isso que medidas que remetem ao útero materno podem acalmá-los e potencializar o desenvolvimento saudável. Fazer  charutinhos de cueiro é uma dessas opções.

Cueiro ainda é usado?

“Usar cueiro foi ideia da minha sogra, que tem raízes rurais e me ajudou muito. A agilidade que ela tem para transformar um bebê em um charutinho em menos de um minuto é inenarrável”, conta Juliana Lima, mãe de Benjamin e Raquel e dona da Bem Vindo Bebê, empresa que auxilia mães desde a gravidez até os primeiros anos da criança.

Assim como Juliana, muitas mães devem ter ouvido conselhos de mulheres mais velhas sobre o charutinho. Muitas, no entanto, duvidaram da sua eficácia. “A resistência sobre o uso do cueiro, no meu caso, vem do preposto que eu sou moderníssima e que isso é coisa do passado. Mas a maternidade faz com que voltemos a certas raízes históricas. E como esse retorno ao que é mais simples e básico é difícil, nós colocamos certas barreiras, mas às vezes vale a pena tentar”, recomenda.

Segundo Maira Pinheiro, mãe de Betânia e dona da empresa Mãe Que Vai Slings, a prática pode trazer vários benefícios ao bebê, mas requer cuidados.

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Benefícios do charutinho de cueiro

Acalma o bebê: a amarração deixa o bebê apertadinho e a sensação de contenção remete ao ambiente uterino;

Mantém a temperatura: o tecido ajuda na manutenção da temperatura;

Diminui os choros: o espaço limitado contribui para maior sensação de segurança;

Melhora o sono: recém-nascidos têm movimentos involuntários e, por isso, acordam com facilidade. Os bracinhos e perninhas presos evitam esses movimentos e contribuem para um sono de melhor qualidade.

Riscos do uso do cueiro 

A prática, no entanto, requer alguns cuidados.

O primeiro deles é com os riscos de sufocamento. Além de tomar cuidado para o tecido não desamarrar e ficar em cima do rosto dos bebês, também é preciso observá-los o tempo todo para que, ao rolarem, não se sufoquem no colchão.

Outro fator a ser levado em consideração é a intensidade da contenção. Prender demais pode causar efeito contrário e irritá-los. O ideal é deixar o tecido levemente frouxo e confortável para que eles possam fazer pequenos movimentos.

Maira alerta também para a posição deles no cueiro. As perninhas posicionadas de forma errada podem provocar alterações no desenvolvimento do quadril. Elas devem estar ligeiramente abertas, em um ângulo de 45. Já os joelhos precisam ser dobrados e elevados acima da altura do bumbum. “É desse jeito que a cabeça do fêmur encaixa na bacia de maneira adequada”, esclarece.

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Como escolher um cueiro

Além dos cueiros tradicionais, também é possível comprar os baby wrap, modelos já cortados com touca que facilitam as dobras. Eles podem ser encontrados em lojas físicas e onlines e variam de R$90,00 a R$150,00.

O conforto dos bebês também depende da temperatura ideal. Em dias frios, opte pelos tecidos mais grossos. Já no calor, os deixe apenas de fralda e utilize tecidos mais finos, como algodão, flanelas ou toalha fralda.

Até quando usar o cueiro?

Embora  enrolar o bebê em cueiro de forma correta traga benefícios, as amarrações não devem envolvê-lo o tempo todo, pois receber estímulos é essencial para seu desenvolvimento.

Até os três meses os bebês se movem pouco e, por isso, aceitam com facilidade o cueiro. A partir desta idade, eles começam a ficar mais agitados e, aos poucos, acabam rejeitando a técnica.

Como enrolar o bebê com cueiro: passo a passo

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Estenda o cueiro pela diagonal e dobre a ponta de cima para dentro. Coloque o bebê em cima do tecido: os ombros devem ficar na alinhados na altura da dobra.

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Dobre as perninhas do bebê para o joelho ficar acima do bumbum. Pegue um dos lados do tecido e passe para o outro lado, de baixo do braço oposto.

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O bracinho oposto deve ficar livre e a ponta da parte dobrada, de baixo do corpinho do bebê.

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Pegue a parte inferior e coloque de baixo da parte já dobrada, na altura do peito do bebê.

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Pegue a porta que sobrou, ajeite o outro bracinho e enrole. Deixe espaço para o bebê se mexer minimamente. Se preferir, prenda a ponta que ficou em baixo com fita crepe para não desenrolar.

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Primeiros meses de vida do bebê