Pela primeira vez, a alteração de DNA para reverter a anemia falciforme foi aplicada em um ser humano e o resultado foi incrível. (Até então, a alteração de DNA havia sido testada apenas em ratos).
A doença genética faz com que os glóbulos vermelhos do sangue (células redondas, que ajudam no transporte de oxigênio pelo corpo) se deformem e acabem quebrando, causando sintomas como dores articulares, problemas neurológicos e cardiovasculares.
A anemia falciforme atinge 1 em cada 380 pessoas pelo mundo, segundo dados da Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo (AAFESP). No Brasil, ela é mais rara: uma a cada mil pessoas. Estima-se que, ao todo, de 25 a 30 mil pessoas sejam afetadas. Mas existem milhões pelo mundo, com grande incidência no continente africano.
Cura para anemia falciforme
Publicado no periódico científico de medicina The New England, o procedimento foi relatado no estudo sobre a anemia falciforme, que realizou uma alteração na medula óssea (responsável pela produção dos glóbulos vermelhos) de um menino francês de 13 anos com a doença, como reportado pelo site de notícias de ciência New Scientist.
O procedimento fez com que os glóbulos nascessem saudáveis novamente e conseguissem transportar o sangue normalmente pelos tecidos e pelos órgãos do corpo – circulação importante que, quando não realizada, pode causar dor, danos e ser fatal.
O adolescente – que até então já tinha removido o baço, teve os quadris substituídos por causa das lesões, e tinha que ir todo mês ao hospital para fazer transfusão de sangue e diluir os glóbulos vermelhos defeituosos entre os saudáveis – está saudável há 15 meses.
A técnica, que ainda é cara, precisa ser testada em outros pacientes para receber aval da comunidade médica. E o próximo passo é transformar o método de cura em algo acessível, que realmente possa ajudar quem tem a doença pelo mundo.
“Devemos ser realistas em lembrar que existem centenas de milhares de pacientes com células falciformes em países menos desenvolvidos e que a terapia não é facilmente exportável ou adaptável a países com sistemas de saúde menos desenvolvidos”, diz Stuart Orkin, da Harvard Medical School ao site.
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