Desde 1988, o buraco na camada de ozônio nunca esteve tão pequeno quanto o registrado pela Nasa e pela Agência Atmosférica Norte-Americana em setembro de 2017. Localizado sobre o continente antártico, o buraco foi calculado agora em 19,7 mil quilômetros quadrados – cerca de duas vezes e meia a área dos Estados Unidos. Seu tamanho médio registrado desde 1991 é de 26 mil quilômetros quadrados.
O que é o buraco na camada de ozônio?
Entre 10 e 40 quilômetros acima da superfície da Terra, existe uma fina e frágil camada composta da molécula ozônio (um composto de três átomos de oxigênio ligados).
Esta espécie de membrana terrestre de apenas 3 milímetros de espessura (equivalente a duas moedinhas empilhadas) age como um protetor solar: reflete e impede que a radiação solar nociva ultrapasse essa barreira e, com isso, permite que exista o tipo de vida como conhecemos aqui neste planeta. Sem a camada de ozônio, seria impossível que espécies como o ser humano existissem.

Como buraco se formou?
Acontece que em uma região da Terra, a camada de ozônio apresenta uma ruptura. E as evidências indicam que tal brecha foi causada pela ação humana. A descoberta do buraco de ozônio ocorreu em 1985, localizado sobre a Antártida, e rapidamente identificou-se que a causa de sua origem e de seu crescimento são os gases CFC (clorofluorocarbonos).
Existe outro buraco de ozônio no outro polo do planeta, mas o da Antártida é considerado o mais importante.
Os cientistas acreditam que, no começo do século 20, o buraco na camada de ozônio era inexpressivo, mas o uso constante dos CFC fizeram muito mal ao planeta. Até que se identificasse o problema, eles eram utilizados indiscriminadamente: substituíram os produtos químicos industriais tóxicos aos humanos, são não-inflamáveis e muito eficientes para refrigeração, ar-condicionado e aerossóis.
Desde a assinatura do Protocolo de Montreal, em 1987 e colocado em vigor a partir de 1 de janeiro de 1989, o uso da substância começou a ser regulado e limitado.

Por que o buraco está diminuindo?
Há dois fatores principais que contribuem para a diminuição do buraco na camada de ozônio. Ele vem reduzindo de tamanho já nos últimos dois anos – uma ótima notícia, após atingir tamanho recorde em 2006.
Condições climáticas favoráveis
“O buraco do ozônio antártico foi excepcionalmente fraco este ano. Isto é o que esperamos ver, dado as condições climáticas na estratosfera antártica”, disse Paul A. Newman, cientista-chefe de Ciências da Terra da NASA, em comunicado da agência.
O aumento da temperatura na estratosfera terrestre deixou instável o sistema de baixa pressão que gira na atmosfera acima da Antártida. De acordo com a Nasa, isso ajudou a miminizar a formação de nuvens estratosféricas polares o que permite a reconstituição do ozônio na estratosfera inferior.

Aumento na consciência ambiental
Os cientistas reforçam que o controle rígido sobre o uso do CFC é fundamental para que o buraco entrasse em rota de encolhimento, embora os primeiros sinais claros de que o Protocolo de Montreal estivesse dando resultado tenham demorado mais de 20 anos.
Contudo, o caminho é muito longo para que a camada de ozônio esteja nas mesmas condições do princípio do século passado. Se as medidas que minimizam o uso de CFC continuarem em vigor, os cientistas acreditam que somente em 2070 o buraco no ozônio antártico esteja em níveis saudáveis para a Terra.
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