Um revolucionário dispositivo que conta com óculos equipados com câmera e miniaturas de painéis elétricos implantados no cérebro é a base para o primeiro olho humano totalmente biônico do mundo.
Desenvolvido por cientistas da Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália, a tecnologia tem como objetivo “restaurar a percepção visual para aqueles que perderam a visão, fornecendo estimulação elétrica ao córtex visual, que é a região do cérebro que recebe, integra e processa informações visuais”, segundo o comunicado da instituição.
Como funciona o primeiro olho biônico do mundo
Muitas pessoas cegas têm nervos ópticos danificados, o que impede que os sinais sejam transmitidos da retina para o “centro de visão” do cérebro.
Batizado de Gennaris, o complexo sistema de visão biônica foi projetado para contornar esses danos, tornando possível tratar muitas doenças para as quais outras tecnologias têm benefícios limitados.
“Nosso projeto cria um padrão visual a partir de combinações de até 172 pontos de luz, que fornecem informações para o indivíduo navegar em ambientes internos e externos e reconhecer a presença de pessoas e objetos ao seu redor”, explicam os pesquisadores.
O equipamento que forma o olho biônico possui uma câmera de vídeo e um transmissor sem fio que envia imagens para uma unidade de processamento do tamanho de um smartphone.
Os dados coletados, então, são transmitidos aos milimétricos painéis implantados no cérebro do paciente.
Os cientistas afirmam que além restaurar a visão de cegos, a tecnologia também poderá ser usada para ajudar pessoas com condições neurológicas intratáveis, como paralisia de um membro, a recuperar o movimento.
Experimentos com o olho biônico feitos em ovelhas foram bem-sucedidos, disseram os pesquisadores, que afirmam ainda que os primeiros testes clínicos em humanos estão programados para começar em breve, na Austrália.
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