Nesta quarta-feira, dia 2 de agosto, todos os recursos naturais renováveis que podemos extrair da Terra em um ano acabaram. Não significa que o planeta vai parar, mas que o consumo humano chegou ao limite do que a Terra é capaz de regenerar no espaço de 365 dias. Ou seja: faltando cinco meses para o fim de 2017, já gastamos o que pode ser entendido como “orçamento ambiental”.
O cálculo foi realizado pela organização internacional de contabilização de Pegada Ecológica (índice que mede liberação de toxinas no meio ambiente) Global Footprint Network. A organização batiza o dia de hoje como Earth Overshoot Day (“Dia da Sobrecarga da Terra”, em tradução livre) e afirma que este ano a humanidade irá “exaurir a natureza 1,7 vezes mais rápido do que os ecossistemas conseguem se regenerar”.
O carbono é o maior “culpado” para isso: procedimentos que envolvem a impressão da substância representam 60% da demanda dos seres humanos pelos recursos naturais do planeta.
2017 é o pior ano ambiental
Nunca o “dia da sobrecarga” aconteceu tão cedo. A primeira vez que a data estourou o orçamento ambiental ocorreu na década de 1970 e desde então segue em níveis alarmantes. Nos últimos 20 anos, a data avançou do último dia de setembro, em 1997, para o comecinho de agosto. A notícia positiva é que nos últimos seis anos o índice se mantém relativamente estável, em uma curva menos acentuada de destruição ambiental.
Segundo a organização, os custos do excesso de gasto ecológico estão cada vez mais evidentes em desmatamentos, secas, escassez de água potável, erosão do solo, perda de biodiversidade e o acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera.
Como reverter o quadro
O atual consumo de recursos renováveis da natureza é preocupante, mas ainda é possível reverter o quadro com ações de consumo consciente. Por exemplo: se nós reduzirmos a geração de resíduos de alimentos pela metade no mundo todo, a data recuaria 11 dias ou se houvesse uma redução global de 50% de emissão de carbono, a data retrocederia até 89 dias.
Nos Estados Unidos, a emissão de carbono per capita caiu quase 20% entre 2005 (pico de emissão) e 2013 (último ano com dados disponíveis). Em paralelo, o PIB per capita do país cresceu cerca de 20% no mesmo período. A Global Footprint Network afirma em comunicado que este é um caso convincente de que o desenvolvimento sustentável é possível.
“Nosso planeta é finito, mas as possibilidades do ser humano não são. Viver dentro do orçamento de um planeta é tecnicamente possível, financeiramente benéfico e nossa única chance de um futuro próspero”, disse Mathis Wackernagel, CEO da organização.
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