Evidências confirmam passagem bíblica: invasão a Jerusalém realmente aconteceu

Uma nova descoberta arqueológica pode, enfim, confirmar a existência histórica de uma das mais importantes passagens bíblicas do Antigo Testamento.

A Israel Antiquities Authority (organização extra-governamental israelense de arqueologia) divulgou que escavações arqueológicas encontraram evidências de Jerusalém teria sofrido um grande incêndio após a ocupação pelos soldados da Babilônia – exatamente como relata a Bíblia.

Invasão a Jerusalém: o que diz a Bíblia?

No Livro de Reis, na parte de Jeremias, a Bíblia relata a invasão de Jerusalém pelos soldados da Babilônia. No trecho, cita-se que diversas casas foram queimadas. Não havia nenhum vestígio histórico deste evento até as escavações do Israel Antiquities Authority. A seguir, o texto bíblico que informa o episódio.

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“Ora, no quinto mês, no sétimo dia do mês, no ano décimo nono de Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio a Jerusalém Nebuzaradã, capitão da guarda, servo do rei de Babilônia; e queimou a casa do Senhor e a casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém; todas as casas de importância, ele as queimou. E todo o exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda, derrubou os muros em redor de Jerusalém.”

O que as escavações encontraram

Liderados pelos especialistas em arqueologia de Israel, Joe Uziel e Ortal Chalaf, o grupo de pesquisadores realizou as escavações nos arredores de Jerusalém.

De acordo com Joe Uziel, foram encontrados os seguintes objetos: madeira carbonizada, sementes de uva, cerâmica, escamas de peixes e ossos, além de artefatos singulares.

“Essas descobertas retratam a riqueza e o perfil de Jerusalém, capital do então reino da Judeia, e demonstram o fim da cidade pelas mãos dos babilônios”, afirma o comunicado oficial da Israel Antiquities Authority.

A análise dos materiais informa que os objetos datam de 2.600 anos atrás – estima-se que a queda de Jerusalém tenha acontecido em 587 a.C.

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Os especialistas puderam cravar o período em que eles foram produzidos por conta das características dos achados arqueológicos, por exemplo, o fato de serem frascos dedicados ao armazenamento de grãos ou de serem ornamentados com desenhos de rosas.

“São característicos do fim do Período do Primeiro Templo (entre 960 a.C. e 586 a.C.) e foram usados ​​para o sistema administrativo que se desenvolveu no final da dinastia da Judéia”, disse Joe Uziel.

Destruição de Jerusalém

Em um vídeo de divulgação, o arqueólogo Joe Uziel, em inglês, mostra que as características das camadas de rochas observadas pela escavação evidenciam que houve, naquele período, um grande incêndio – e que ele teria ultrapassado os limites dos muros da cidade de Jerusalém.

“Encontramos estes achados fora dos muros da cidade. Ainda não sabemos exatamente quais suas funções, se eram casas domésticas, por exemplo”, disse Uziel. “O que parece é que as construções não foram destruídas em um único evento, mas que algumas foram destruídas e outras foram abandonadas”, concluiu.

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