Fóssil comprova: Dinossauro de 25 metros já viveu no Brasil – e era do interior de SP

Austroposeidon magnificus: este é o nome do maior dinossauro já descoberto no Brasil. Após ficar engavetado em um museu do Rio de Janeiro por mais de 50 anos, só agora paleontólogos descobriram que as ossadas encontradas em Presidente Prudente (interior de SP), em 1953, tratavam-se de um titanossauro gigante, com aproximadamente 25 metros de comprimento.

O Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro, cuidou dessas ossadas por mais de três décadas, mas só conseguiu avançar nas descobertas mais recentemente, por falta de verba.

Titanossauro na estrada

Um operário trabalhava numa rodovia em Presidente Prudente, até que sua escavadeira foi de atrito com uma rocha mais dura. Ele insistiu no impacto, sem saber do que se tratava. Até que descobriu, posteriormente, que o impacto danificou a vértebra de um fóssil gigante.

Esse fóssil era do Austroposeidon magnificus, que ganhou esse nome porque os cientistas acreditam que o efeito de sua pisada gerava impacto altíssimo na terra – assim como o deus da mitologia grega Poseidon nos mares.

Também, não era pra menos: esse titanossauro, que viveu nos arredores do estado de São Paulo há 70 milhões de anos (período Cretáceo), media 25 metros e pesava mais de 20 toneladas. Para se ter uma ideia, como aparece na imagem acima, ele era até 2x maior que o dominante Maxakalisaurus topai, com 13m de altura, até então o maior réptil já registrado em terras brasileiras.

O Austroposeidon magnificus foi coletado pelo estudioso Llewellyn Ivor Price, um dos maiores paleontólogos brasileiros, e se manteve preservado por todo esse tempo.

Dinossauros gigantes no Brasil

Com uma ponta do focinho próximo da cauda e um corpo altamente desenvolvido, o Austroposeidon era terrestre, tinha pescoço e cauda gigantes, e se alimentava de plantas, coletando presas em árvores altas e grandes rios.

Este é o 8º titanossauro já descoberto no Brasil (de um total de 23 dinossauros que incluem outras espécies). Suas características são parecidas com as que foram constatadas em outros fósseis, como Mendozasaurus e Futalognkosaurus, que viveram no território da Argentina.

“O Austroposeidon magnificus servirá para os estudos sobre a distribuição geográfica dos dinossauros, já que muitas espécies gigantes também foram encontradas na Argentina”, disse Alexander Kellner, um dos paleontólogos que coordenaram a descoberta. “Ele não apenas contribui com novas informações anatômicas e evolutivas para os dinossauros, mas também mostra que espécies gigantes também reinavam no Brasil, há milhões de anos”.

Dinossauros da era Cretácea (70 mi a.C.) viveram em um continente gigante, conhecido como Gondwana, que agrupava em um único território América do Sul, África e Antártica, além dos países Índia e Austrália.

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