O que faz com que japoneses sejam tão inteligentes?

por | set 1, 2016 | Ciência

Existem algumas teorias que poderiam justificar a supremacia intelectual dos japoneses. Porém, todas são extensíveis à cultura oriental como um todo. Nesse caso, existe uma tradição do oriente baseada no filósofo Confúcio (551-479 a.C), que determinava a reverência à educação e o culto à meritocracia.

O confucionismo pregava também a disciplina – o que pode ser uma das explicações para o rigor que perdura nas escolas do Japão e da Coréia do Sul, por exemplo. Um sinal explícito dessa reverência é o respeito ao professor. A começar do professor primário, cultuado porque, afinal, é o responsável pela alfabetização.

O saber como capital social

Contudo, é fato que não existe superioridade racial ou étnica. O que existe é a combinação da valorização do saber com capital social. Essa união traz resultados, em maior ou menor grau, em qualquer parte do mundo, independentemente do credo, raça e nacionalidade. Se, obviamente, os países oferecem escolas melhores, os resultados dessa ligação serão melhores.

No Brasil, historicamente, judeus, japoneses, coreanos, chineses, como a imensa maioria dos imigrantes, chegaram ao país sem dinheiro, fugindo da miséria e da perseguição, sem falar a língua portuguesa e sem entender os costumes locais. Por que progrediram eles tanto?

Não há nenhum segredo na prosperidade de imigrantes que chegam em uma nova nação. Muitos menos qualquer base para se especular sobre uma suposta superioridade étnica ou racial. Além de tirar proveito de um país em crescimento, naquele momento eles se beneficiaram da mistura de supervalorização da educação em seus países com o envolvimento da família e da comunidade imigrante no aprendizado de suas crianças e adolescentes.

Mas também existem outras hipóteses de justificativa históricas. De acordo com Malcolm Gladwell, autor de “Outliers: Fora de Série”, o motivo está ligado à alimentação baseada em arroz, cujo cultivo exige muita disciplina e paciência, elementos necessários para a concentração, persistência e sucesso.

Entenda melhor sua teoria:

Ambiente para desenvolvimento intelectual

O pesquisador norte-americano Richard Nisbett, por exemplo, reforça a teoria de que a genética é importante, mas o ambiente é fundamental para o desenvolvimento intelectual de cada um. Durante muito tempo, prevaleceu entre estudiosos da inteligência a ideia de que a capacidade intelectual tinha uma forte raiz genética – e que, por isso, aqueles que não tinham sido privilegiados pelos genes pouco poderiam fazer para aumentar seu desempenho.

No livro “Intelligence and How to Get it” (Inteligência e como alcançá-la), lançado recentemente nos Estados Unidos, o cientista derruba esse conceito. Nisbett acredita que intervenções simples, em casa e na escola, contribuem para que cada criança alcance o máximo do desempenho intelectual. “O que acontece é que os asiáticos em geral fazem mais com sua capacidade intelectual do que nós, ocidentais. Eles costumam ter notas mais altas em exames”, completa.

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