Aposto que só de olhar para a foto acima você já se arrepiou. É que dá pra contar nos dedos quem não morre de aflição ao ouvir o barulho de um arranhão na lousa. A explicação para o fato é científica. Confira abaixo.
Frequência sonora do ouvido
Nossos ouvidos assimilam frequências de até 20 mil Hertz, mas temos uma sensibilidade extrema com alguns ‘picos’ de som.
O som do giz ou da unha arranhando a lousa, por exemplo, possui uma frequência entre 2.000 e 4.000 Hz, ou seja, representa apenas ¼ da nossa capacidade de suportar sons irritantes.
Mas, a nossa sensibilidade não corresponde a altura dessas frequências sonoras. De acordo com estudo dos musicólogos Cristoph Reuter (Universidade de Viena, na Itália) e Michael Oehle (Universidade Macromedia para Mídia e Comunicação em Colônia, na Alemanha), as frequências de sons arrepiantes formam uma bagunça no nosso canal auditivo. Ficamos arrepiados com sons como os arranhões na lousa, facas arranhando pratos, raspar de isopor, porque, psicologicamente, fazemos uma medição fisiológica desse som como se fosse algo dolorido.
Na pesquisa de Reuter e Oehle foram analisadas as impressões de voluntários que ouviram sons de frequências que iam de 150 a 7.500 Hz. Sons com maiores frequências poderiam ser extraídos de alguma música com efeito barulhento, por exemplo. Mas, não deu outra: mesmo sem saber do que se tratava, os ouvintes ficaram mais chocados com sons na frequência entre 2.000 e 4.000 Hz.
Segundo Reuter e Oehle, isso aconteceu porque as pessoas imaginavam que os sons nessa medição de frequência seria de algo que causava agonia. “A condutividade da pele de um ouvinte mudava significativamente quando a pessoa ouvia um som que, mais tarde, relatou ser desagradável, mostrando que sons perturbadores causam uma reação física mensurável”, disseram à revista Science.

Reação do corpo ao barulho
Isso prova que a forma com que associamos o som inclui uma resposta elétrica da pele – algo que também acontece em situações em que temos medo, por exemplo. Então, o cérebro responde a esse som ativando uma área ligada ao estresse, deixando nosso corpo em pleno estado de alerta.
Por mais que arranhar giz na lousa possa ser divertido para algumas pessoas, ficar exposto demais a sons agudos como esse pode comprometer seriamente nossa audição: barulhos entre 2.000 e 4.000 hZ são os principais responsáveis pelo primeiro grau de surdez que possamos ter no futuro.
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