amor materno

Amor e afeto com filhos quando pequenos protege a saúde deles no futuro, aponta estudo

Nova pesquisa apontou que o amor materno é capaz de moldar a percepção de crianças sobre o mundo – e que ela, além de duradoura, ajuda a prevenir ansiedade, depressão e outras formas de sofrimento

Um abraço acolhedor e palavras de ternura com crianças têm um efeito mais duradouro do que mães e pais imaginam. Esses gestos, quando praticados com frequência na primeira infância, têm impacto profundo nos filhos – e um novo estudo comprova que o amor materno muda até mesmo a forma como as crianças, no futuro, percebem o mundo.

Amor materno na infância tem impacto duradouro em jovens

(Crédito: Magdalena Smolnicka/Unsplash)

Um estudo recente conduzido por cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, mostrou que o amor materno oferecido aos três anos de idade influencia diretamente a forma como adolescentes interagem com o mundo no futuro. Esse comportamento “instala” crenças que, perto da vida adulta, garantem até mesmo mais saúde.

Detalhes da pesquisa

Para a análise, pesquisadores usaram dados do Millennium Cohort Study, extenso estudo feito com mais de 8,5 mil crianças no Reino Unido. Essas crianças foram avaliadas dos 3 aos 17 anos, e a avaliação levou em conta aspectos do ambiente familiar, saúde mental e física, e percepções sociais.

O centro da análise é o conceito de esquemas de segurança social, estruturas cognitivas que seres humanos desenvolvem a partir de experiências vividas na infância. Esses esquemas moldam a forma como o indivíduo interpreta e reage ao mundo ao longo da vida. Tais crenças ditam, por exemplo, se o mundo é visto como seguro ou ameaçador, acolhedor ou indiferente, entre outras percepções.

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(Crédito: Arthur Harutyunyan/Unsplash)

Aos três anos, os lares dos participantes foram visitados por avaliadores que observaram o comportamento materno. O afeto, por exemplo, enquadra elogios, tom de voz suave e positivo e demonstrações físicas de carinho. Em contrapartida, também foram avaliadas práticas duras e repressivas.

Já aos 14 anos, os mesmos participantes responderam questionários sobre suas percepções de mundo. Ele incluiu perguntas como: “tenho familiares e amigos que me fazem sentir seguro, protegido e feliz?”. Mais tarde, aos 17, esses adolescentes foram avaliados em critérios de saúde física, sofrimento psicológico e problemas psiquiátricos.

Amor materno na infância gera segurança, boa relação com o mundo e protege a saúde

Os resultados mostram como o afeto materno é capaz de literalmente moldar vidas. Crianças que foram expostas a uma maternidade mais calorosa aos 3 anos tinham, aos 14, esquemas mais positivos de segurança social. Isso significa que esses adolescentes viam o mundo como um local mais seguro, acolhedor e confiável.

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(Crédito: PNW Production/Pexels)

Isso, por sua vez, protegeu a saúde física e mental desses participantes mais adiante, aos 17 anos. Segundo as estatísticas, quem percebia o mundo como um local mais seguro e acolhedor também relatou menos sintomas de ansiedade, depressão e problemas físicos. Esses jovens também apresentaram menor ocorrência de automutilação.

Enquanto isso, os jovens com percepções mais negativas sobre o mundo trilharam o caminho oposto, apresentando saúde mental pior. Tudo isso mostra que tratar os filhos com empatia e respeito, além de gerar benefícios imediatos, também molda a forma como eles vão se relacionar com o mundo e com eles mesmos no futuro a médio prazo.

(Crédito: Kirk Cameron/Unsplash)

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