Por que os terroristas continuam a atacar a França?

ThinkStock

Enquanto os franceses continuavam a celebrar o feriado mais importante do país em suas cidades, a Queda da Bastilha, um atentado terrorista voltou a abalar a população, dessa vez em Nice, no sul da França. Não é o primeiro ataque que ocorre em pouco tempo por lá.

Por que a França é um local tão atraído por terroristas? Existem várias razões que podem justificar os ataques, desde os costumes e valores ao preconceito da população com imigrantes, a famosa xenofobia, que só cresceu entre os franceses nas últimas décadas.

Terrorismo na França

Getty Images

Quando pensamos na França, quase imediatamente nos lembramos da Torre Eiffel, museus, sofisticação, paisagens e costumes que celebram a cultura ocidental. Um país bastante liberal, mas que esconde um sistema social onde a separação racial e o ódio estão cada vez maiores.

A Paris conhecida pelos turistas é muito diferente da realidade da capital francesa, onde imigrantes, especialmente muçulmanos, vivem em condições que mais se parecem de terceiro mundo.

Mesmo assim, o governo participa do forte combate militar ao Estado Islâmico, a facção mais temida e perigosa do Oriente Médio.

Getty Images

Tanto em Paris, como em outras cidades, existem bairros que são bem mais guetos, onde convivem pessoas que imigraram de países em guerra, muitos dos quais seguem a religião muçulmana – que não tem nada a ver com o terrorismo.

Seus filhos, nascidos na França, devem conviver com uma discriminação que aumenta dia após dia, graças a medidas do governo. São franceses por natureza, mas não se sentem assim, abraçando a cultura de suas famílias.

Isolamento e radicalização

As situações que vivem os jovens muçulmanos na França são críticas, não por virem de famílias que pratiquem o Islã radical, mas pela falta do sentimento de pertencimento à nação francesa. Assim, eles viram presas fáceis para o recrutamento das facções terroristas.

Países como a França e a Bélgica, justamente os que mais sofreram ataques terroristas nos últimos anos, são os principais lugares em que os jihadistas recrutam voluntários para a causa.

Alguns viajam a territórios controlados pelo Estado Islâmico, outros são treinados no próprio lugar onde moram, inclusive pela internet.

Shutterstock

Esses jovens se encontram no islamismo extremo e muito afastado da religião muçulmana em si, um propósito pelo qual eles se dispõem a dar a própria vida. Não por acaso, os atentados são suicidas, pois eles acreditam que morrer como mártires lhes dão um lugar no céu.

Ódio racial, xenofobia, isolamento e valores que se contradizem com tudo o que o Estado Islâmico diz combater, uma receita perfeita que fez da França ser a vítima de atentados, como os que ocorreram nos últimos meses, e que causaram a morte de mais de 80 pessoas.

Perigo: Conheça os 10 terroristas mais procurados pelo FBI