Satanistas ‘do bem’ pregam compaixão e até protegem as crianças

por | jul 26, 2016 | Ciência

Satã, para eles, é o “Eterno Rebelde”. Não existe deus nem diabo para os membros do The Satanic Temple of Detroit (Templo Satânico de Detroit); é a natureza do homem que é celebrada. “Facilitamos a comunicação e mobilização de satanistas conscientes, secularistas e defensores da liberdade individual”, diz a organização não-teísta –diferentemente do ateu, que se baseia na ciência ante argumentos religiosos.
Apesar de associar vínculos com outras organizações de crenças parecidas, estes satanistas se destacam por “encorajar a benevolência e compaixão entre as pessoas”. Além do mais, garante o texto de divulgação, “abraçamos o bom senso prático e de justiça”.
Uma das principais missões do TST, como é conhecido, é neutralizar as religiões predominantes.

Numa polêmica ação, decidiram levar uma estátua de bronze de Baphomet, que representa o satã, ao conservador estado de Oklahoma, para colocá-lo ao lado de um monumento com os 10 mandamentos. Este símbolo cristão, inclusive, foi destruído em 2014 por um rapaz que dizia agir “em nome de satã”, mas foi restaurado, com investimento privado. Com as pressões do TST e outros movimentos, a Corte Suprema daquele estado decidiu que a obra com os mandamentos deveria ser removida, por “violar a propriedade pública em benefício da religião”. Isso deu base, obviamente, para também banir a estátua de Baphomet em seu lugar.
Numa de suas medidas mais ‘benevolentes’, o TST lançou o Projeto de Proteção às Crianças, que cobrava professores e coordenadores que praticavam “abuso mental ou físico” contra os menores. Uma carta-modelo do projeto diz: “Faz parte de nossa crença religiosa defender que você [professor ou coordenador] não tem direito ou autoridade para infringir dor ou abuso psicológico de qualquer tipo em qualquer indivíduo que frequente sua escola”.

Ainda que enfatize os valores individuais, o TST se desvincula de qualquer noção ‘humanista’: “Todos nós devemos ser guiados por nossas consciências, para empreender atividades nobres guiadas por nossas vontades individuais”.
Sem uma ‘liderança’ – a não ser a devoção ao “Eterno Rebelde”, principalmente por “desafiar um deus tirano e autoritário” – o TST diz “desdenhar a rígida e centralizada autoridade, concentrando esforços em efetuar uma mudança tangível no mundo real”. Isso tudo, para estes satanistas, é “para nosso benefício”.