Ações em queda

A coluna hoje é para aquelas que estão investindo há pouco mais de um ano e estão perdendo dinheiro na bolsa.

No final de junho do ano passado, escrevi sobre as boas notícias do mercado de ações que eram manchetes nos jornais e revistas. Àquela época, o Índice Bovespa superava os 53.000 pontos. Hoje as noticias são outras, nada animadoras – só se fala em perdas e prejuízos, embora os fundamentos do país e das empresas nada tenham mudado e continuem com boas perspectivas para o futuro. Como o risco toma outra dimensão, é preciso reavaliá-lo.

Será que conseguimos mesmo dormir bem quando o dinheiro, em vez de multiplicar, está diminuindo? Em investimentos usamos as informações disponíveis para tomar decisões, tanto as de curto como as de longo prazo. Dados os fatos passados e os cenários esperados para o futuro, quais as possíveis conseqüências nos investimentos? Devemos continuar investindo em ações? Sim, mas nas seguintes condições:

Horizonte de longo prazo

Um ano é curto prazo. Dois, três ou quatro anos é médio prazo. Só a partir de cinco anos que estamos falando de longo prazo. O que acontece é que a maioria não consegue esperar o tempo suficiente para avaliar o investimento em ações. Aquelas pessoas que não podem esperar cinco anos para ver os resultados não possuem perfil para investir em ações. Nesse caso, o dinheiro deve ser aplicado na renda fixa.

Dinheiro para arriscar

Nunca investir todo o seu dinheiro na bolsa. Se você vender um carro de R$ 40 mil, por exemplo, e investir na bolsa, qualquer desvalorização já será motivo para um histórico e fatídico “perdi um carro na bolsa”. Se você tem R$ 30 mil e nunca investiu na bolsa, deve começar com um valor entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, que corresponde a um percentual entre 5% e 10%, e, só com a experiência e o passar do tempo, aumentar esse percentual. Se ainda não tem nada, pode começar investindo uma pequena quantia por mês – R$ 100, por exemplo. Se parar para pensar, pode perceber que está pagando muito mais do que isso de juros em alguma dívida.

Defina uma perda máxima

Quanto você pode perder? Dez por cento? Se você tiver R$ 40 mil, estamos falando de R$ 4 mil. Se tiver R$ 1.000, estamos falando de R$ 100. Perder 10% é muito comum, assim como ganhar 10% também. Se você não pode com esse sobe e desce, então não é para você.