A atriz Cacau Protásio revelou o impacto que o episódio de racismo durante a gravação do filme “Juntos e Enrolados” provocou em sua vida. Em entrevista ao jornal “O Globo”, a artista detalhou como o trauma gerado pelo preconceito ainda impacta seu cotidiano e que recursos usou para conseguir lidar com a situação.
Cacau Protásio foi vítima de racismo e episódio gerou pânico
O racismo sofrido por Cacau aconteceu durante a ida da atriz ao principal quartel do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
A visita da artista devia-se a uma gravação para o filme “Juntos e Enrolados”, previsto para 2020, no qual Cacau interpreta uma sargento que é interesse romântico de outro membro do quartel.
A cena gravada no Corpo de Bombeiros trata-se de um sonho dele, onde a personagem dançava fardada em meio a outros bombeiros.
Após a visita, Cacau tomou conhecimento de um áudio, com vozes de integrantes do quartel, que circulava nas redes sociais com conteúdo racista, além de gordofóbico sobre ela.
“Vergonhoso. Mete aquela gorda, preta, filha da p**** numa farda de bombeiro. Uma bucha de canhão daquela…”, diziam os membros.
Uma semana após o ocorrido, Cacau foi ao Fantástico comentar sobre o caso. Na época, a atriz contou ter ficado entristecida e que a violência a fez questionar seu trabalho.
Muitas pessoas saíram em defesa da atriz e protestaram contra as agressões sofrida por ela. William Bonner e Renata Vasconcellos demonstraram apoio à atriz após a exibição de uma matéria sobre o caso no Jornal Nacional por exemplo.
Cacau voltou a falar sobre o caso de racismo em recente entrevista ao jornal “O Globo”. Segundo a atriz, as agressões verbais direcionadas a ela lhe provocaram um grande trauma.
“Tenho crises de choro. Aumentei a terapia de uma para três vezes na semana. Estou panicada mesmo”, revelou.
A atriz ainda conta que, hoje em dia, vive com um constante pensamento de que uma pessoa pode pular o muro de sua casa.
Fora isso, Cacau deixou de conduzir o próprio carro porque convive com o sentimento de que alguém pode estar lhe seguindo.
Para conseguir superar a atual fase, Cacau, além da terapia, tem contado com o apoio dos amigos – suporte essencial para ela pudesse terminar de gravar filme.
Pânico após situações traumáticas
Sentir medo e pânico após uma situação traumática, como a vivida por Cacau, é comum e em alguns casos pode ser sinal de transtorno de estresse pós-traumático. As situações que desencadeiam podem ser diversas, como estupro, acidentes, desastres naturais, assaltos, sequestros e violência doméstica ou moral (como é o caso do preconceito racial).
O principal sintoma é a recorrente lembrança da situação que afetou o paciente, a qual gera um impacto tão intenso que é como se estivesse ocorrendo novamente. Há cura e os mecanismos são tratamento psiquiátrico, em que pode ser indicado o uso de medicamentos, e psicológico, por meio de sessões de terapia.