Camila Pitanga se manifesta após ex, Beatriz Coelho, ser detida por topless em praia

por | fev 1, 2022 | Notícias

Camila Pitanga mostrou solidariedade à sua ex-namorada, a produtora Beatriz Coelho. Beatriz foi detida e levada para a 2ª Delegacia Regional de Jaburuna após fazer topless na Praia de Itapoã, em Vila Velha, no Espírito Santo.

Camila Pitanga fala sobre detenção da ex-namorada Beatriz Coelho

Em seu perfil no Instagram, Camila Pitanga criticou o tratamento conferido a Beatriz Coelho, que foi levada à delegacia após fazer topless na praia.

“Minha solidariedade à @coelhodebeatriz, que sofreu no sábado uma violência policial claramente motivada pelo machismo e homofobia”, iniciou Camila.

“Bia estava na praia com uma amiga e fazia topless, acabou na delegacia algemada pelos pés como vocês podem ver na imagem. É absurdo e constrangedor”, destacou a atriz.

Por fim, Camila demonstrou seu apoio à amiga. “Bia, espero que você esteja bem. Conte comigo sempre”.

Em imagens compartilhadas pela atriz, Beatriz aparece na delegacia, algemada nos pés, esperando sua liberação.

Beatriz Coelho pontua diferença de tratamento entre mulheres e homens

O caso tomou as redes sociais e causou indignação entre o público. Beatriz postou alguns Stories no dia, mostrando a abordagem policial.

“O mais irônico é que ao meu lado na delegacia tinha um homem aguardando sem camisa. Nem dentro de uma delegacia um homem precisa estar vestido”, escreveu em um dos Stories.

A produtora também postou uma foto de topless com a tarja “O que pode acontecer com uma mulher que faz topless no Brasil?”, que foi compartilhada por vários perfis e portais.

Beatriz denuncia homofobia e misoginia em tratamento policial

https://www.instagram.com/p/CIIvEffJ4r3/

Em entrevista ao jornal O Globo, Beatriz explicou como foi a abordagem e comentou sobre a diferença de tratamento entre mulheres e homens.

Ela detalhou que dois homens sem máscara chegaram alegando que receberam denúncias de moradores da região. Beatriz e uma amiga já estavam na praia, sem blusa, há aproximadamente três horas.

“Solicitamos uma mulher e com ela chegaram mais uns três policiais e duas viaturas. Fomos levadas para a delegacia pelos dois homens que nos abordaram. Antes de entrar no carro perguntei à policial se ela iria com a gente e ela disse que sim, em outro carro, porém isso não aconteceu”, relatou.

Beatriz e a amiga passaram mais de duas horas na delegacia. Ela foi algemada nos pés, com os policiais afirmando que este era um procedimento padrão para estar em determinada sala. “Questionamos pelo fato de não estarmos resistindo e não apresentarmos nenhum risco”. A produtora também afirmou que o policial gritou “diversas ofensas” à amiga que estava com elas, e que foram liberadas “sem qualquer registro ou orientação”.

Ambas tiveram um termo de liberação para assinar, e como único comprovante de sua ida à delegacia, queriam uma cópia. A produtora afirma que essa cópia lhes foi negada, e que quando pediram para tirar uma foto do termo, um policial “arrancou o papel da mão dela (da amiga que fotografava) dizendo que ‘se encher o saco não vai fotografar p**** nenhuma'”, amassando o termo.

Em desabafo, a produtora lamentou o ocorrido e questionou as intenções da detenção. “O que passamos ontem não foi motivado apenas por machismo, mas também por homofobia, misoginia e gordofobia, visto que as duas pessoas sem blusa eram corpos LGBTQIA+ e a pessoa que estava comigo era um corpo gordo”.

A reportagem tentou contato com a 2ª Delegacia Regional de Jaburuna por e-mail e telefone, mas não obteve qualquer resposta. Mantemos aberto o espaço para quaisquer posicionamentos das partes.