*Matéria publicada em 24 de janeiro e atualizada em 22 de fevereiro
A Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, aprovou o pagamento de indenizações às concessionárias de luz nos próximos oito anos nesta terça-feira (22).
O bolso do brasileiro poderá ser afetado pela autorização a partir de julho de 2017. A indenização se refere ao pagamento que deve ser realizado às transmissoras de energia, de mais de R$ 60 bilhões. Com a medida, o impacto na sua conta de luz poderá ser de até 7,2% nos reajustes tarifários.
O aumento é de um dos componentes da tarifa, a “transmissão de energia elétrica”, o que, segundo a Aneel, “não implica um reajuste dessa ordem na tarifa final”
O aumento deve ser ainda maior para moradores de algumas regiões do Brasil; de acordo com matéria do G1, consumidores que moram em áreas distantes das usinas e onde há maior consumo de energia, como em parte do Sudeste, sofrerão maior impacto.
Fato é que, dos R$ 62,2 bilhões, R$ 35 bilhões são por conta do atraso no pagamento às empresas que, agora, será feito pelos consumidores.
Conta de luz: estimativa de aumento
Os consumidores pagarão uma conta, literalmente, do passado: isto porque os R$ 62,2 bilhões devidos às concessionárias de luz são um pagamento feito por elas terem investido nas linhas de transmissão antes de 2000. O saldo deveria ter sido pago a partir de 2013, mas, na época, o Governo não repassou esses custos na tarifa. À época, inclusive, houve barateamento da conta no setor.
A previsão é que o reajuste chegue ao bolso do brasileiro nos próximos oito anos, tempo estimado para que se conclua o pagamento.
Quem pagará mais caro
Nem todos sofrerão o impacto da mesma maneira. Consumidores que vivem em regiões próximas a usinas hidrelétricas, como no Norte, e com menos gasto de energia devem sentir menos reflexos; já os moradores do Sudeste tendem a sentir impacto maior.
Vale lembrar que cada estado tem uma tarifa em vigor, calculada com base em fatores como número de consumidores, quilômetros da rede de distribuição e o custo da energia comprada pelas distribuidoras.
Análises
Apesar da previsão, a Aneel defende que não é correto afirmar categoricamente que a energia elétrica vai ficar mais cara. Isto porque a composição da conta de luz leva em conta outros fatores, além da transmissão: custo da energia gerada, encargos setoriais, distribuição.
Ao G1, entretanto, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) ponderou que o aumento acontecerá, sim, já em 2017, com um valor de 9,2%, em média.
O presidente da associação, Nelson Leite, afirmou à reportagem que, sem a indenização, haveria até queda do valor da tarifa, mas, com ela, “com certeza os reajustes serão positivos”.
Contraponto
A consultoria Thymos Energia, procurada pelo G1, também concluiu que o panorama poderá mudar ao longo de 2017.
Para a empresa, as concessionárias que reajustarem a tarifa nestes primeiros seis meses poderão até ter redução média de 2,5% repassada ao consumidor.
A previsão ainda é melhor para o Sudeste: as distribuidoras desta região, ainda segundo a consultora, terão redução de 8,75%. A conta só vai aumentar, segundo a Thymos, no segundo semestre.
Dicas para economizar energia em casa
Seja qual for o valor final da sua conta, aprenda algumas dicas fáceis de economizar energia elétrica:
- Chuveiro elétrico: tome banhos de até cinco minutos, selecione a temperatura morna no verão e verifique a potência do seu chuveiro para calcular o consumo.
- Ar condicionado: mantenha os filtros limpos, deixe o ambiente com ar-condicionado fechado e coloque cortinas em locais que recebem sol direto.
- Geladeira: não abra a geladeira sem motivo, não coloque alimentos quentes dentro da geladeira. Descongele e verifique as borrachas de vedação regularmente.
- Iluminação: use a iluminação natural e lâmpadas econômicas sempre que possível e apague a luz ao sair de um ambiente.
- Ferro de passar: junte as roupas para passar de uma só vez e comece passando aquelas que exigem menor temperatura.
- Aparelhos em stand-by: retire-os da tomada quando possível ou durante longas ausências.
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