SÃO PAULO – A gestora de recursos Fama Investimentos divulgou cases de companhias classificadas como micro caps (com baixíssima liquidez na bolsa), mas que possuem boas perspectivas de crescimento. Na avaliação da gestora, o universo dessas empresas é composto por papéis que possuem um “timing próprio” e que, na maior parte das vezes, demoram um longo tempo para terem seu valor reconhecido.
Um dos cases é a Tupy (TUPY3), companhia que desenvolve e fabrica componentes para a indústria automotiva – principalmente blocos e cabeçotes de motor. A gestora ressalta que, no final dos anos 90, a Tupy passou por dificuldades financeiras e precisou enfrentar um processo de reestruturação, iniciado em 2003 com a troca dos principais gestores. Em 2007 esta reestruturação ganhou força, quando os maiores acionistas converteram debêntures em capital, contribuindo para uma redução significativa do endividamento da empresa.
A Fama aponta que este evento marcou um importante ponto de virada para a empresa, que conseguiu voltar a investir e crescer. “No entanto, apesar da reestruturação bem sucedida e do cenário favorável que o setor vivia, mais uma vez a falta de liquidez manteve a companhia negligenciada pelo mercado financeiro”, disse o gestor, em carta aos cotistas.
A partir do segundo semestre de 2010, as ações passaram a refletir as melhoras operacionais da empresa e os papéis dobraram de valor. “Mas foi apenas em 2012 que, após uma grande aquisição internacional e notícias sobre uma possível oferta de ações, a Tupy ganhou notoriedade e as ações da empresa tiveram um novo rally”, ressalta a gestora, que mantém a ação no portfólio acreditando no seu bom desempenho.
Metisa
Outra companhia com baixíssima liquidez que faz parte da carteira da Fama é a Metisa (MTSA4), empresa metalúrgica que atua em 6 linhas principais: peça para tratores, peças para implementos agrícolas, lâminas para corte de pedra, peças para implementos rodoviários, acessórios ferroviários, ferramentas manuais e arruelas. Este é o investimento mais antigo da gestora (ações adquiridas em 1994) e também o de maior retorno – desde que foram compradas, as ações acumulam uma alta de 68.000%. “Apesar disso, as ações continuam bastante descontadas”, acredita a gestora.
De acordo com a Fama, assim como a maior parte da indústria brasileira, a empresa enfrentou recentemente um cenário de curto prazo com pressão de custos, além do câmbio desfavorável. “Esses fatores fizeram com que a empresa, que vinha crescendo cerca de 15% ao ano até 2008, tivesse pouco crescimento de receita e margens mais baixas desde então – apesar de manter-se ainda bastante rentável”, diz a Fama Investimentos.
Entretanto, a companhia conseguiu recuperar produtividade e a nova taxa de câmbio lhe garantiu uma grabde melhora na competitividade externa. “Temos plena convicção de que ações empregadas pela administração da companhia resultem em um ano de 2013 significativamente melhor para a empresa e potencialmente também para suas ações que, independente disso, operam com enorme desconto versus seus pares”, aponta a gestora de recursos.