“Deus manda no céu e eu na Colômbia”, dizia Pablo Escobar, um dos nomes mais conhecidos do tráfico de drogas internacional.
Os crimes do narcotraficante fazem jus à sua fama: Pablo movimentava cerca de 1 milhão de dólares por dia com o transporte de cocaína aos Estados Unidos e aos 22 anos, já tinha um patrimônio de cerca de US$ 13 bilhões.
Acredita-se que ele tenha assassinado três candidatos à presidência da Colômbia e participado da morte de mais de 5 mil pessoas.
Crimes de Pablo Escobar: tráfico, sequestro…

O colombiano Pablo Escobar começou sua vida criminosa em Medellín vendendo cigarros contrabandeados, bilhetes falsos de loterias e carros roubados.
Nos anos 70, realizou o seu primeiro sequestro. Em 1975, iniciou o comércio da cocaína, que o transformou, anos mais tarde, em um dos criminosos mais conhecidos do mundo.
Em 1976, Pablo começou exportando de 10 a 20kg de cocaína. Foi preso pelo tráfico de drogas, mas rapidamente liberado.
Foi então que ele decidiu que era preciso contratar outras pessoas para o transporte.
As drogas, cuja matéria-prima era importada do Peru, eram produzidas na Colômbia e exportadas para os EUA em mulas, dentro de malas de fundo falso ou dentro do estômago do animal ou ainda dentro de estepes de avião abandonados, – na época, não havia controle nos aeroportos.
Em 1977, Escobar já traficava 50kg de cocaína quando se aliou com o piloto Barry Kane e passou a exportar mais de 250 kg.
Em 1978, uma briga entre os traficantes colombianos deixou 100 mortos e transformou Escobar no líder do cartel (associação entre empresas do ramo) de cocaína da Colômbia, atuante nos EUA e em países da América Central.
O narcotraficante começou, então, a ganhar em torno de 60 milhões de dólares por dia. Ele não estabelecia o valor, mas traficava a droga para os EUA, onde o mercado definia quanto cobrar.
Tudo isso fez de Escobar o maior fornecedor da cocaína dos anos 80. Ele era o responsável pelo tráfico de mais ou menos 80% da droga em todo o mundo.

Ele também foi acusado por diversos assassinatos, por ataques de bombas em prédios comerciais, jornais e aviões, como noticiado pelo site do jornal Folha de São Paulo.
Ousado, Escobar foi candidato a deputado em 1982, mas quando descobriram que ele já tinha sido acusado pelo tráfico de drogas, teve que renunciar. Ele tentou comprar as edições do jornal El Espectador, que falava sobre o ocorrido, subornar alguns e abafar a história, mas não conseguiu.
Em 1989, mandou matar Luis Galán, candidato à presidência da Colômbia, porque tinha denunciado seus crimes. No mesmo ano, colocou explosivos no avião de César Gaviria, sucessor de Galán.
Para fazer seu negócio dar certo, o traficante não media esforços. Armou uma guerra contra o estado, subornava policiais, juízes, políticos – a chamada Política do “Dinheiro ou Chumbo”. E em 1991, Medellín já era considerada a cidade mais perigosa do mundo.
Neste mesma época, Escobar construiu uma prisão de luxo para si mesmo, a La Catedral, que hoje virou ponto turístico. A casa, que tinha banheira com hidromassagem, cama rotatória, campo de futebol, discoteca e bar, serviu de refúgio para o narcotraficante até julho de 1992, quando foi capturado e seria levado para uma prisão nos EUA, mas morreu tentando fugir.
Dizem que Escobar fugia da polícia quando tomou dois tiros na perna, um na barriga e um fatal, na cabeça.
De acordo com o livro “Pablo Escobar, Meu Pai” (2014), de autoria de seu filho, Juan Pablo (foto abaixo), ele mandava matar sem piedade.

A história da vida de Pablo Escobar
Pablo Emílio Escobar Gaviria era o nome do menino que nasceu na Antioquia, na Colômbia, no 1° de dezembro de 1949, conhecido mais tarde no país como Don Pablo, o Robin Wood da cidade de Medellín, onde foi morar ainda durante sua juventude.
“Cruel e impiedoso”, como o definiam seu próprio filho Juan Pablo e seu irmão Roberto Escobar e muitos outros que o conheceram, o narcotraficante começou a se envolver com o crime desde muito cedo. Quando jovem, roubava lápides de cemitério e revendia para traficantes.
Na escola, demonstrava inteligência, com habilidades de matemática e conhecimento sobre negócios. Estudou Economia na Universidade Autônoma Latinoamericana, em Medellín, em 1969, mas, por falta de dinheiro, não conseguiu se graduar.
Influenciado por seu primo, Gustavo Gaviria, entrou para o tráfico de drogas, e em 1971 já tinha sequestrado e assassinado o empresário Diego Echeverría e o narcotraficante Fabio Restrepo, que queriam atrapalhar seus negócios.
Iniciou efetivamente o comércio da cocaína em 75, e, no ano seguinte, casou-se com a mãe de seu filho Juan, a Victoria Eugenia Henao Vallejo, com quem teve mais uma filha: Manuela. Eles viveram durante muitos anos na famosa Fazenda Nápoles.

Construída como se fosse uma fortaleza, a fazenda tinha cerca de 22 mil quilômetros quadrados. A família morava em uma mansão. Ao redor, zoológico com animais de várias partes do mundo, uma arena para touradas, obras de arte de Salvador Dalí, Auguste Rodin, entre outros.
Mas não foi só para ele e para sua família que esbanjou o dinheiro. Tinha mais de 500 imóveis na cidade, mas chegou a construir casas, igrejas, campos de futebol e um bairro inteiro para pessoas carentes. Além de empregar pessoas e dar presentes para as crianças. Daí a fama de Robin Hood.
Apesar de dizerem que Escobar morreu baleado por policiais, seus familiares acreditam piamente que ele suicidou. Segundo eles, o narcotraficante dizia: “Prefiro estar em um caixão na Colômbia do que em uma cela nos Estados Unidos”. Morreu aos 44 anos, em 2 de dezembro de 1993.
Onde está a família Escobar?
Os familiares de Escobar fizeram um acordo com o cartel de Cali para continuar vivendo. Em troca da vida, sua esposa e os dois filhos entregaram todos os bens da família e foram morar na Argentina.
Chegaram a ser presos por suspeita de lavagem de dinheiro em Buenos Aires, mas logo foram soltos e vivem tranquilos.

Sebastián Marroquín (nome que Juan Pablo usa atualmente) é arquiteto e tem uma empresa de camisetas sobre Pablo Escobar. “Isso me fez ser um homem livre, se não teria enlouquecido com o dinheiro. O que me restou foi começar do zero”, afirmou ele em entrevista para a agência de notícias El País.
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