A bolsa rompe, as contrações aumentam, é hora do bebê nascer. Na corrida para o hospital, o trânsito está intenso, não vai dar tempo. Nesse desespero, o que fazer? Foi o que aconteceu com uma mulher de 36 anos, que estava ilhada em meios aos carros na Marginal Pinheiros, em São Paulo (SP), na segunda-feira (19).
Ela entrou em trabalho de parto, mas por causa do trânsito, não chegaria a tempo ao Hospital São Luiz, onde daria a luz. Foi quando seu marido entrou em contato com a PM e pediu ajuda. Um técnico de emergência foi encaminhado ao local, mas ao perceber que ela não tinha dilatação nem contração suficientes para o parto, ele acionou o helicóptero da polícia, o Águia.
Com a ajuda da Companhia de Tráfego (CET) da cidade, o trecho da via foi interditado e a gestante foi levada ao hospital. A medida foi de extrema importância, já que o bebê não estava na posição correta. A mãe chegou a tempo de ser atendida. Mãe e filho passam bem.
Casos de parto no trânsito
Esta não foi a primeira vez que uma grávida em trabalho de parto fica presa no trânsito. O problema, aliás, é bastante recorrente. Em 2011, o Águia já tinha feito um resgate parecido, também na Marginal. Mas era uma tarde de domingo e a região estava alagada por causa das chuvas.
Em outros estados, o helicóptero da PM também já entrou em ação e resgatou grávidas em outras situações, como uma gestante que estava isolada por causa de um alagamento, em Santa Catarina, por exemplo.
Em alguns casos, o parto é realizado dentro do carro mesmo, no meio do trânsito. Principalmente em locais onde o pouso de um helicóptero não é tão simples e a polícia não pode ajudar a abrir caminho, ou então quando não há tempo suficiente do deslocamento.
Como a grávida consegue perceber se é a hora de pedir ajuda?
“O momento de pedir ajuda é quando a gestante sente que o bebê já está quase saindo e vem aquela vontade de evacuar”, explica o obstetra Rodrigo da Rosa Filho, da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
O ritmo das contrações também é importante. Normalmente, elas costumam ocorrer de 2 a 5 vezes, a cada 10 minutos, e duram cerca de 20 a 40 segundo cada uma. “Quando chega a hora do nascimento, elas ficam menos espaçadas”, aponta ele.
Por exemplo, se a grávida tem 3 contrações em 10 minutos e passa a ter 5 contrações no mesmo período de tempo, isso pode ser um sinal. Se estiver saindo sangue em grandes quantidades também é um indício e é necessário buscar ajuda.
Segundo o médico, o período que compreende o trabalho de parto é dividido em dois: “existe a fase latente, em que ocorrem algumas contrações sem dilatação do útero, e a fase ativa, que já é caracterizada com uma dilatação de 3 cm”.
Mas o trabalho de parto varia muito de pessoa para pessoa. Em média, a dilatação evolui de 1 em 1,5 cm por hora e pode durar cerca de 7 a 14 horas na fase ativa.
Como pedir ajuda?
A gestante ou seu acompanhante devem procurar a polícia ou os bombeiros. Para entrar em contato, basta dicar 190 para chamar a polícia ou 193 para os bombeiros.
Se o contato estiver complicado ou não houver meios de ligar para pedir ajuda, o médico orienta a ficar em posição de cócóras (imagem acima) para facilitar o nascimento, e ir procurando ajuda de pessoas próximas.
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