O microempresário André Salles dá o alerta: “Quem quiser abrir uma empresa precisa ter muita vontade e paciência. E o mais importante, o negócio deve estar muito bem estruturado”, avisa ele que, há pouco mais de seis meses, abriu uma papelaria num bairro de classe média no Rio de Janeiro. E ele está certo. Não basta simplesmente ter os recursos financeiros ou uma boa idéia. Para quem quer dar asas ao sonho de viver por conta própria, é necessário planejamento para verificar, primeiramente, se o negócio vale mesmo a pena.
Muita gente faz sucesso vendendo bijuterias, comida, produzindo um evento aqui ou fazendo alguma consultoria acolá. Ganhar informalmente um dinheirinho extra é diferente de gerar renda montando uma empresa. Quando a atividade que você faz para complementar o salário vai para o papel, o assunto toma uma dimensão diferente, mais complexa, e nem sempre dá certo. Com a legalização de um empreendimento, chegam outras responsabilidades e custos – impostos, salários, documentação necessária, entre outras coisas. Mas, passados esses “detalhes”, tem gente que afirma que ter a própria empresa é garantia de felicidade.
“A maior vantagem é você ser totalmente responsável pelo negócio. Se você trabalhar muito, se dedicar, certamente vai crescer. Se quiser apenas se manter, também é possível. É você que estipula as formas de gerenciar, os resultados que quer atingir”, analisa Maria de Fátima Abreu, dona de um restaurante em Valença, estado do Rio. Ela se prepara para abrir o segundo restaurante em Miguel Pereira, uma cidade próxima. “Deu certo”, comemora. “Mas teve muito trabalho por trás disso”, complementa.