Não há quem não queira (e precise) chegar à terceira idade com um bom pé de meia. Você chegará ? Mesmo que você tenha um bom padrão de vida hoje, será que vai conseguir mantê-lo a vida inteira ? Se precisamos de dinheiro para viver, e em geral, mais dinheiro ainda para viver bem, precisamos ter estabilidade financeira pelo resto da vida. E, para se conseguir isso, não basta apenas ser esforçado e ganhar bem. É preciso se esforçar. Para que você possa garantir uma boa mesada para o resto da vida, existem os planos de previdência privada. Legal, né ? Você vai poder aproveitar a sua aposentadoria sem ter que se preocupar com dinheiro.
Como fazer ? Qual é a fórmula ? Calma, queridas leitoras!!! É mais fácil do que vocês imaginam. Um exemplo: se você tem 27 anos e aplicar R$ 300,00 por mês, sabe qual vai ser a sua “mesadinha” aos 55 anos ? R$ 4.330,04. Nada mal, não é mesmo ? Se você preferir, pode, ao invés de receber este dinheiro até morrer, retirar todo o dinheiro aplicado. Se tomarmos por base o exemplo acima, o valor total do fundo é de R$ 730.226,37. Nada mal mesmo !
Agora você pode estar se perguntando: mas e se eu morrer antes de retirar o dinheiro ? Acalme-se, você tem opção! Você pode escolher coberturas adicionais, pagando uma pequena quantia a mais. Tipo nomear beneficiários em caso de morte. Pode ser seu filho, ou outro alguém que você queira bem. Mas atenção: este dinheiro não é contabilizado no seu fundo e os rendimentos não incidem sobre o valor pago para cobrir este adicional.
Por falar em beneficiários, você sabia que seu filho também pode ter um plano de previdência privada ? Basta que você faça um para ele. É fácil e ele pode começar a receber aos 21 anos. A gerente de relacionamento do Banco do Brasil, Fernanda Amorim, que não é boba nem nada, já está se preocupando em garantir o futuro do Marcelo, seu filho de quatro anos. “É bom porque eu tenho segurança numa renda futura e eu, dependendo do desenvolvimento profissional dele, posso montar um escritório, ou comprar um carro para ele”, diz.
Na hora de aplicarmos nosso “suado dinheirinho”, é sempre bom pensarmos na solidez da empresa que irá administrá-lo. Afinal de contas, dinheiro não nasce em árvore. Para a sua segurança, procure por empresas que já tenham um nome no mercado. Todos os principais bancos do país oferecem planos de previdência privada e têm um lastro que garante o seu dinheiro mesmo em caso de quebra ou falência. Normalmente uma grande empresa ou o Banco Central. Além disso, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), acompanha a saúde financeira das empresas do setor através de um registro que é atualizado a cada 30 dias e aberto à consulta (0800-218484). Outra forma de controle é verificar o número fornecido pela Susep para todas as empresas autorizadas. Se não houver o número, pule fora!!
Para que você possa planejar bem o seu futuro, existem três tipos de planos de previdência privada e, com certeza, um deles corresponde ao seu perfil.
Plano Tradicional – Este plano é o ideal para quem não gosta de correr riscos e oferece rendimento mínimo garantido de IGP-M, mais juros de até 6% ao ano. Além disso, o plano tradicional permite que você estabeleça o valor da aposentadoria, quanto tempo vai poupar e até mesmo o valor que você vai contribuir todo mês. Desta forma, há duas modalidades de plano tradicional: a de contribuição definida e a de benefício definido. O primeiro funciona como um plano de acumulação de capital, onde o que será pago é diretamente proporcional ao que foi acumulado e capitalizado ao longo do tempo. No segundo, você contribui hoje sabendo quanto vai receber de aposentadoria. Como quem usa este plano não corre nenhum tipo de risco, o repasse do excedente financeiro varia de 50 a 80%. Excedente financeiro é o valor que está acima da rentabilidade mínima garantida e o prazo mínimo para o resgate é de um ano.
Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) – Legalmente, o Fapi não é considerado um plano de previdência privada, uma vez que ele não exibe uma tábua biométrica. Complicado, mas nem tanto. Tábua Biométrica é um índice para que se faça o cálculo da expectativa de vida. Na verdade, ele é um fundo que acumula recursos, mas do ponto de vista tributário, tem tratamento semelhante ao dos planos de previdência privada. O Fapi é oferecido pelos bancos, por isso é fiscalizado pelo Banco Central, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Neste plano, você tem livre escolha no perfil de aplicação e na flexibilidade na contribuição. No fim do período de contribuição, você pode ou não comprar um benefício. Se você optar pela compra, procure uma seguradora. Os rendimentos não são garantidos e correspondem àquilo que o fundo render. Boa notícia: O excedente financeiro volta em 100% para o seu bolso. Não há tempo pré-determinado para você retirar o seu dinheiro, mas se você fizer isso no primeiro ano de investimento, pagará cinco porcento de IOF (Imposto sobre operações financeiras).
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) – Como os FAPI, os PGBL também oferecem liberdade de escolha do perfil do plano (conservador, moderado ou agressivo) e flexibilidade na contribuição. A instituição administradora que você escolher vai abrir um fundo de investimento exclusivo para guardar seus recursos e o seu ganho vai depender da rentabilidade da carteira escolhida. Não há garantia de valor mínimo, mas ao contrário dos outros planos, 100% da rentabilidade dos PGBL (que pode ser acompanhada diariamente através dos jornais) voltam para o seu bolso. Oba!!! Os fundos são conhecidos no mercado através de três nomes. O Soberano possui perfil conservador e as aplicações são feitas em Títulos do Tesouro Nacional, Títulos do Banco Central e Créditos Securitizados do Tesouro Nacional. Se você tem um perfil mais moderado, o Renda Fixa é o mais indicado. Além das aplicações em Títulos do Tesouro Nacional, Títulos do Bacen e Créditos Securitizados do Tesouro Nacional, também são permitidas aplicações em títulos de renda fixa. O último tipo de fundo, o Composto, é caracterizado por um perfil mais agressivo. Além das aplicações já ditas anteriormente, poderão ser feitos investimentos em renda variável, desde que estes não ultrapassem o equivalente a 49% do patrimônio do fundo. O prazo mínimo para a retirada do seu dinheiro é de 60 dias.
O administrador de empresas André Munro dá alguns conselhos sobre previdência privada:
– Você deve escolher a entidade de previdência privada tendo como principal referência a confiabilidade, incluindo aí a segurança e a eficiência no manuseio do seu dinheiro.
– Quanto mais jovem você começar num plano de previdência privada, menor será a contribuição mensal que você irá pagar.
– Para quem interessa apenas tirar vantagem fiscal, a dica é: não contribua mais que os 12% da renda bruta anual. Se você contribuir com mais, vai perder dinheiro para o “Leão”.
– Preste atenção na parcela da contribuição que será capitalizada, isto é, o valor que você contribui menos a taxa de administração.
– Verifique a rentabilidade que a administradora, ou fundo, vem obtendo ao longo do tempo, e não apenas no último mês ou no último ano.