Sabemos que, nesse mundo de hoje, competição é a palavra-chave – mesmo que não se esteja disputando nada. Sendo assim, a premiação também se torna muito relativa. Pode ser o prazer de encarar o espelho de cabeça erguida, de estar segura em cima de um salto dez, de saber que tem estilo até para balançar a cabeleira ou simplesmente se encher de felicidade só pelo fato de contemplar as paredes de casa. O ser humano tem dessas coisas… Justamente por isso, alguns não poupam esforços ao se darem esses pequenos luxos da vida. É nessa hora que entram em cena os personais, profissionais que estão aí na ralação com o objetivo de proporcionar assistência e muita exclusividade para essa gente endinheirada mostrar seu valor.
Um exemplo é o personal hair. Um cabeleireiro exclusivo (sonho de dez entre dez mulheres) que acompanha cada balanço das melenas da cliente, para garantir que seu visual não tenha um fio sequer fora do lugar. Uma felizarda que conta com o auxílio desse serviço indispensável é a apresentadora do “Fantástico”, Glória Maria. Nonato França, seu personal hair, explica em que consiste o metiê. “Eu acompanho o trabalho da Glória em cena para notar se o cabelo está pesando, se ela emagraceu, se o tom está bom. O personal hair tem que acompanhar as fases da pessoa, as tendências e adequar isso tudo ao estilo dela”, revela.
Outro profissional que presta uma orientação valiosa é o personal marchand. Personal o quê? Isso mesmo, marchand. Um profissional que orienta quais as obras de arte que combinam com a decoração, o gosto e o bolso do cliente. Lucrécia Vinhaes e sua sócia Fátima Alegria prestam esse serviço pra lá de especializado. “Atendemos clientes que querem uma obra de arte e uma orientação nessa hora. Vamos, então, à casa dele, olhamos a decoração e o estilo, procurando saber do que ele gosta e qual a faixa de preço que ele está disponível para gastar”, diz ela. A partir disso, Lucrécia e Fátima indicam as obras, com dicas sobre artistas que estão em ascensão. “Dependendo do perfil do cliente, a obra também é para ser um investimento. Nesse caso, orientamos se o artista está em evidência, se a obra vai valorizar e se vale a pena investir. Mas existem aqueles que querem apenas uma orientação estética”, explica Lucrécia.
Só que trabalho mesmo é escolher uma roupa que caia como uma luva. Nós mulheres então, inseguras por natureza nesse momento, precisamos como ar de uma opinião sincera (coisa difícil). Porque não há nada mais angustiante do que escolher entre vermelho ou preto. E é justamente para acabar com essa situação de extremo melindre que serve o personal stylist. Um profissional que analisa friamente (já que ele não ganha comissão pelas roupas) o seu biotipo para saber o que combina realmente com ele. Jeane Figueiredo, personal stylist de algumas atrizes, cita as atribuições de um. “Ele procura ajudar a pessoa a se vestir de acordo com seu físico, sua posição social e sua ocupação. Traduzindo: aconselha que roupas a valorizam, o que deixar e o que tirar para sempre do armário e o que comprar ou não”, descreve ela.
Dito assim, pode parecer que o personal stylist brinca de boneca com o cliente, mas Jeane diz que tudo é feito de comum acordo. A intenção é a melhor possível. “Tenho que respeitar e conhecer bem meu cliente, saber seus pontos fracos e fortes e o que ele deseja. Dessa forma, posso ajudá-lo a descobrir seu estilo e a usar o que seja condizente com sua aparência”, diz ela, acrescentando que estar bem vestido não significa, necessariamente, ter estilo próprio. “Pode-se estar bem vestido seguindo conceitos clássicos ou adotando tendências. O cliente fica mais satisfeito quando ele consegue descobrir seu estilo próprio, o que o distingue na maneira de vestir”, diz Jeane, resumindo sua função. Essa ajudinha é de fato valiosa: a hora de um profissional desses varia de R$ 120 a R$ 300.
Uma outra categoria desses profissionais, conhecemos pelo menos de nome, é o personal trainer, um professor de educação física exclusivíssimo para quem quer manter, cultivar ou buscar a excelente forma. A empresária Tânia Mendes revela que conta com o auxílio desse profissional por algumas razões. “Eu precisava ter um acompanhamento diferenciado porque tenho pinos no joelho, por isso procurei um personal. Uma outra razão é que eu quero muito malhar, mas sou extremamente desestimulada. Portanto, preciso do cara ali me chicoteando para fazer os exercícios. Por conta própria não consigo fazer nada”, diz ela. O personal trainer Bruno Lima, da academia Body Tech, no Rio de Janeiro, informa que os motivos para muitos alunos procurarem a sua orientação são parecidos com o de Tânia. “Geralmente, são pessoas com lesões, problemas de saúde ou falta de motivação. Tem também aqueles que querem conquistas rápidas como perda de peso ou ganho de massa muscular”, descreve Bruno. Mas seja lá qual for o motivo, todos têm em comum um fato: algum dinheiro sobrando para pagar pela exclusividade.