Para que a obra seja avaliada pelo editor é bom que o autor preste atenção em como vai enviá-la. Não é só colocar tudo dentro de um envelope. Esta etapa precisa de cuidados mínimos que podem te ajudar a causar uma boa impressão. É interessante, por exemplo, preparar uma carta de apresentação. “Em poucas linhas, o autor tem a chance de realmente conseguir a atenção e a boa-vontade do editor para seu trabalho”, explica Drummond.
Esta carta não é o único texto que vai junto com a obra. É importante, também, preparar uma sinopse e informar o título, ainda que provisório, do livro. “O título deve ser capaz de alavancar o interesse necessário para continuar a avaliação. Já a sinopse precisa impressionar bem. Não é fácil resumir centenas de páginas em uma ou duas, em especial para o autor da obra. Ainda assim, a sinopse deve ser como uma saia de mulher: longa o suficiente para cobrir a matéria, e curta o suficiente para deixá-la interessante”, ensina Pedro.
Os livros ligados às áreas de desenvolvimento pessoal e/ou profissional, saúde e qualidade de vida, autoconhecimento e empreendedorismo têm um bom potencial
Completando o pacotinho, ele, o texto. “É vital que a obra esteja bem escrita. Se não brilhante, ao menos cuidadosamente revisada. Esta não é, cronologicamente, a primeira característica que o editor enxerga, mas é a mais importante. É o produto em si”, constata o agente.
Pedro Drummond faz um alerta aos mais ansiosos. “Arme-se de paciência pois, com raras exceções, as editoras demoram de três a 12 meses para avaliar e responder”.
Indiscutivelmente, o segmento que mais cresce é o da auto-ajuda. Já os livros didáticos são os que encabeçam a lista dos mais vendidos. De acordo com a consultora editorial Regina Giannetti, há algumas áreas com espaço a ser explorado. “Os livros ligados às áreas de desenvolvimento pessoal e/ou profissional, saúde e qualidade de vida, autoconhecimento e empreendedorismo têm um bom potencial”. A assistente editorial Aline Vieira completa: “Os romances com base em fatos históricos recentes, livros-reportagem e biografias – o que chamaríamos de não-ficção – dividem o espaço dos mais vendidos com os livros de auto-ajuda”.
De acordo com Ricardo Kelmer, todos os temas possuem potencial de venda. No entanto, é necessário fazer um bom trabalho de divulgação da obra para que o público seja alcançado. “Para isso é preciso que a obra tenha boa distribuição, seja divulgada e que o autor não fique esperando o sucesso lhe cair às mãos. Atualmente, é importante também que a obra ganhe versões eletrônicas como livro-pdf ou livro- blog. Peças como vídeos ou slides também podem ser muito úteis para a divulgação da obra”, lembra.
Sobre o que não publicar, Alessandra Pires faz uma ressalva. “Há maior resistência dos editores em relação a textos poéticos para adultos”. Portanto, se o seu objetivo é dar um plus ao currículo, evite esta temática.